Brasil

Moro impõe 1 ano e meio de regime fechado a casal de marqueteiros

João Santana e Mônica Moura são acusados de lavagem de US$ 10,2 milhões, que teriam sido pagos pela Odebrecht como caixa dois das campanhas petistas

João Santana e Mônica Moura: Moro considerou que dada "a gravidade em concreto dos crimes" não cabe perdão judicial (Rodolfo Buhrer/Reuters)

João Santana e Mônica Moura: Moro considerou que dada "a gravidade em concreto dos crimes" não cabe perdão judicial (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de junho de 2017 às 14h16.

Última atualização em 26 de junho de 2017 às 14h17.

Brasília e São Paulo - Em ação que condenou o ministro Antônio Palocci a 12 anos e dois meses de prisão, o juiz federal Sérgio Moro também sentenciou o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, a um ano e seis meses em regime fechado.

O casal é acusado de lavagem de US$ 10,2 milhões que teriam sido pagos pela Odebrecht como caixa dois das campanhas petistas, em 2013. Os valores são oriundos de contratos entre a construtora e a Petrobras.

Ao todo são 13 condenados, incluindo empresário Marcelo Odebrecht e os marqueteiros do PT João Santana e Mônica Moura - os três, delatores da Lava Jato.

A ação apontou pagamentos de USD 10.219.691,08 em propinas, referentes a contratos firmados pelo Estaleiro Enseada do Paraguaçu - de propriedade da Odebrecht - com a Petrobras, por intermédio da Sete Brasil. O dinheiro foi pago ao marqueteiro do PT João Santana. Os valores serão bloqueados das contas de Palocci para ressarcir a estatal.

"Também confirmaram que tais pagamentos foram lançados na planilha 'Posição Programa Especial Italiano', que eram pagamentos realizados no interesse de agentes políticos do Partido dos Trabalhadores e que 'Italiano' era Antônio Palocci Filho. Todos os três tiveram contato com Branislav Kontic, que esteve no Setor de Operações Estruturadas, para retirar dinheiro em espécie, sendo os saques lançados na planilha "Posição Programa Especial Italiano" a título de 'Programa B'", anota Moro, em decisão.

Mesmo com o acordo de delação premiada, Moro considerou que dada "a gravidade em concreto dos crimes praticados por João Cerqueira de Santana Filho, não cabe perdão judicial". O mesmo vale para a esposa, Monica Moura.

Dessa forma, o casal cumprirá um "ano e seis meses de reclusão no assim denominado regime fechado diferenciado, desta feita com recolhimento domiciliar integral e tornozeleira eletrônica".

"Findo o período, deverá cumprir mais um ano e seis meses no assim denominado regime semiaberto diferenciado, desta feita com recolhimento domiciliar noturno, finais de semana e feriados, com tornozeleira eletrônica e com prestação de serviços à comunidade por vinte e duas horas mensais. Findo o período, deverá cumprir mais um ano no assim denominado regime aberto diferenciado, com recolhimento domiciliar nos finais de semana e feriados, com prestação de serviços à comunidade por vinte e duas horas mensais", anota o magistrado.

Acompanhe tudo sobre:CrimeJoão SantanaNovonor (ex-Odebrecht)PrisõesSergio Moro

Mais de Brasil

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização