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Moro: Enquanto eu for ministro, esforços anticorrupção não serão perdidos

Ministro declarou também que o combate à criminalidade vai gerar ganhos para a economia no país

Moro: ministro garantiu que, enquanto estiver no cargo, o governo não permitirá retrocessos nos avanços contra a corrupção no país (Adriano Machado/Reuters)

Moro: ministro garantiu que, enquanto estiver no cargo, o governo não permitirá retrocessos nos avanços contra a corrupção no país (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de abril de 2019 às 12h14.

São Paulo — O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, garantiu que, enquanto estiver no cargo, o governo não permitirá retrocessos nos avanços contra a corrupção no país.

Defendendo a tramitação do projeto anticrime que apresentou ao Congresso, enquanto o Legislativo também discute a reforma da Previdência, Moro declarou também que o combate à criminalidade vai gerar ganhos para a economia no País.

"Não vai ser no meu turno como ministro que nós vamos deixar esses esforços anticorrupção serem perdidos", disse Moro durante o evento "Estadão Discute Corrupção", realizado na sede do jornal O Estado de S.Paulo em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas.

O ministro se demonstrou otimista com o avanço dos trabalhos contra a corrupção. "Não existe possibilidade de retrocesso. Pessoas estão cumprindo suas penas, algumas já cumpriram suas penas", observou o ex-juiz.

Para Moro, é necessário auxílio do governo, do Congresso e das cortes judiciais para que não haja retrocesso. Ao defender o pacote anticrime, o ministro declarou que a proposta visa a diminuir as oportunidades para prática de corrupção.

Moro enfatizou que o avanço no trabalho iniciado pela Operação Lava Jato vai gerar ganhos para a economia brasileira.

"Temos que trabalhar juntos com o sistema político, o Congresso, o governo e as cortes judiciais para que não tenhamos retrocessos no avanço anticorrupção."

Lava Jato

Ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro defendeu o instrumento de prisões preventivas e, ao fazer referência às encarceramento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), declarou que não tem essas detenções como um "troféu".

"Não é um troféu. Quando um juiz manda alguém à prisão é sempre algo lamentável. Pessoalmente, o juiz nunca fica feliz com isso", disse. "Mas pessoas devem responder por suas escolhas", comentou.

Moro classificou como "escabrosos" os modelos de contratos feitos nas refinarias de Pasadena (EUA) e Abreu e Lima para desvio de recursos públicos destinado ao pagamento de propina a agentes da Petrobras e políticos.

"Esse sistema de corrupção impede a produtividade, impede a eficiência econômica", declarou.

O ministro destacou um ponto similar entre a Operação Mãos Limpas, na Itália, é a existência de um sistema de corrupção. "Era muito mais que um grupo criminoso praticando crimes, mas um sistema que havia sido construído de captura do sistema estatal para fins privados", disse Moro em referência às investigações feitas no Brasil.

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