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Moro elogia voto de Rosa Weber e faz crítica a si mesmo

A ministra do STF é conhecida por não dar declarações à imprensa. Na avaliação de Moro, "todos os demais estão errados, inclusive eu, que estou aqui"

Rosa Weber: Moro afirmou que o princípio de presunção da inocência não pode ser interpretado como garantia de impunidade aos criminosos (Adriano Machado/Reuters)

Rosa Weber: Moro afirmou que o princípio de presunção da inocência não pode ser interpretado como garantia de impunidade aos criminosos (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de abril de 2018 às 12h36.

Última atualização em 10 de abril de 2018 às 13h57.

Porto Alegre - O juiz Sérgio Moro afirmou que foi "muito eloquente" o voto da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, durante julgamento do habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante painel no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, Moro afirmou que o voto da ministra seguiu o raciocínio de que se consolidou a jurisprudência sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. A jurisprudência, disse, "não se muda ao sabor do acaso".

"A ministra apelou para valores extremamente importantes para a ética da magistratura", disse Moro. O juiz ainda elogiou o comportamento de Rosa Weber, conhecida por não dar declarações à imprensa. Na avaliação dele, a ministra está correta. "Todos os demais estão errados, inclusive eu, que estou aqui", afirmou.

Moro afirmou que o princípio de presunção da inocência não pode ser interpretado como garantia de impunidade aos criminosos. Para ele, corrupção e impunidade "caminham juntos". Além da ministra Rosa Weber, o juiz mencionou o voto do ministro Barroso e considerou igualmente "eloquente" a posição do magistrado.

O juiz ainda afirmou que casos judiciais concretos são importantes para enviar uma mensagem de atenção às pessoas, de que "você pode ser o próximo". Para ele, o momento é de "erguer os sarrafos" para as próximas gerações.

Moro falou ainda sobre a participação do setor privado na corrupção, afirmando que as empresas têm um papel no enfrentamento dos casos de corrupção e que nos casos já julgados até aqui mostrou-se que havia simbiose entre setor público e privado.

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