Ex-ministro da Justiça Sergio Moro. (Andre Coelho/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de abril de 2022 às 18h55.
Última atualização em 1 de abril de 2022 às 19h47.
Após abrir mão da candidatura à Presidência da República, o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) disse nesta sexta-feira, 1º, que "não desistiu de nada" e não será candidato a deputado federal nas eleições deste ano.
A possibilidade vinha sendo cogitada como alternativa após Moro trocar o Podemos pelo União Brasil com a condição de que não disputasse o Palácio do Planalto. Em pronunciamento, o também ex-juiz federal negou que vá concorrer a uma vaga na Câmara para obter foro privilegiado.
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"Não tenho ambição por cargos. Se tivesse, teria permanecido juiz federal ou ministro da Justiça. Não tenho necessidade de foro ou outros privilégios que sempre repudiei e defendo a extinção. Aliás, não serei candidato a deputado federal", afirmou. Questionado sobre se pretende disputar algum cargo eletivo, Moro não respondeu e encerrou o pronunciamento sem atender a imprensa.
O ex-ministro defendeu, ainda, uma candidatura única da chamada terceira via e pediu "gestos de desprendimento" daqueles que se colocam como alternativa à polarização eleitoral entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro.
"Filiei-me ao União Brasil com a intenção de auxiliar a unificação do centro democrático. Fui a primeira liderança a fazer esse gesto político em prol da unificação do centro democrático. Não colocarei meus interesses pessoais à frente dos interesses do país", disse.
Moro pediu "atos de desprendimento", de Luiz Felipe d'Ávila (Novo), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante), e de lideranças partidárias, para "fazer prosperar essa articulação democrática". Ele atribuiu ao presidente do União Brasil, Luciano Bivar, os esforços de liderar a união da terceira via.
Ao anunciar a filiação ao novo partido, ontem, Moro disse que abria mão, "neste momento", da pré-candidatura à Presidência. Ao trocar de sigla, ele também mudou o domicílio eleitoral, do Paraná para São Paulo, como revelou o Broadcast Político. "Serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor”, afirmou, em nota.
Moro chegou a ser apresentado como pré-candidato à Presidência quando se filiou ao Podemos, em novembro passado, mas enfrentava resistências no partido, sobretudo dos deputados, que não estavam dispostos a ceder parte do fundo eleitoral para a campanha ao Planalto. O ex-ministro da Justiça aparecia em terceiro lugar na disputa presidencial, com cerca de 8% das intenções de votos.