José Carlos Bumlai: o empresário foi preso na terça-feira (24) na Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato, em Brasília (Rodolfo Buhrer/ Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2015 às 14h41.
Brasília - O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, autorizou hoje (27) a Polícia Federal (PF) a tomar o depoimento do pecuarista José Carlos Bumlai, preso na terça-feira (24).
A decisão foi tomada após o juiz negar pedido da defesa do empresário para realização de uma audiência de custódia para avaliar a necessidade de Bumlai continuar preso.
O empresário cumpre prisão preventiva na carceragem da PF em Curitiba.
Conforme a decisão de Moro, a oitiva de Bumlai deve ser feita nos próximos dias.
“Diante do desejo manifestado pelo investigado de que seja ele inquirido sobre o objeto da investigação, intime-se, com urgência, a autoridade policial desta decisão para que promova a inquirição dele, acompanhado de seu advogado, nos próximos dias, preferivelmente no dia 27 ou no dia 30 de novembro”, decidiu Moro.
Ao negar pedido de realização da audiência de custódia, o juiz explicou que a medida não pode ser aplicada nos casos de prisão preventiva, como é o caso de Bumlai.
Com a medida, a defesa de Bumlai pretendia esclarecer fatos imputados ao pecuarista e tentar libertá-lo. Além disso, Moro entendeu que cabe à Polícia Federal fazer a oitiva.
As audiências foram implantadas neste ano pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nelas, o preso em flagrante deve ser levado em 24 horas para que um juiz decida sobre a necessidade da prisão.
“Então, penso que é mais apropriado que o investigado, querendo falar sobre o objeto da investigação, seja inquirido pela autoridade policial diretamente, e não por este julgador, pelo menos isso enquanto se trata da fase ainda de investigação”, argumentou.
Bumlai foi preso na terça-feira (24) na Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato, em Brasília.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Bumlai usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin.
Segundo o procurador da República Diogo Mattos, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada, o empréstimo se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.