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Moro aceita denúncia e Guido Mantega vira réu na Lava Jato

De acordo com MP, ex-diretores da Odebrecht ofereceram vantagens ilícitas ao ex-ministro para que ajudasse com medida provisória de interesse da empresa

Guido Mantega: segundo a investigação, foram disponibilizados R$ 50 milhões em uma conta à disposição do ex-ministro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Guido Mantega: segundo a investigação, foram disponibilizados R$ 50 milhões em uma conta à disposição do ex-ministro (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de agosto de 2018 às 20h46.

O juiz federal Sérgio Moro aceitou hoje (13) denúncia apresentada pela força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Com a decisão, Mantega se torna réu em uma ação penal pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), três ex-diretores da empreiteira Odebrecht ofereceram vantagens ilícitas ao ex-ministro para que ajudasse na edição de uma medida provisória de interesse da empresa.

Segundo a investigação, foram disponibilizados R$ 50 milhões em uma conta do setor de propinas da empresa, que ficou à disposição de Mantega. Parte do valor teria sido repassada aos publicitários Mônica Moura e João Santana, delatores na Lava Jato, para ser usada na campanha eleitoral de 2014.

Na mesma decisão, Moro rejeitou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para incluir o ex-ministro Antonio Palocci na denúncia. Segundo o magistrado, apesar da acusação de que Palocci teria participado dos fatos, não há provas suficientes contra ele.

"Entendo que, no presente momento, pela narrativa da denúncia e pelas provas nas quais se baseia, carece prova suficiente de autoria em relação a ele. Rejeito, portanto, por falta de justa causa a denúncia contra Antônio Palocci Filho sem prejuízo de retomada se surgirem novas provas. Em decorrência da rejeição, poderá, se for o caso, ouvido como testemunha", decidiu Moro.

Palocci assinou acordo de delação premiada com a PF. Ele está preso desde setembro de 2016 em função das investigações da Lava Jato.

A reportagem entrou em contato com advogado do ex-ministro Mantega, mas ainda não obteve retorno.

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