Moraes: Ministro do STF está avaliando ataques ao processo eleitoral nas eleições de 2022 (Carlos Moura/SCO/STF/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 25 de agosto de 2023 às 20h33.
Última atualização em 25 de agosto de 2023 às 20h35.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu a comunicação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que está preso no Batalhão da Polícia do Exército desde maio.
A decisão do ministro foi dada no âmbito da investigação que apura crimes relativos a joias recebidas pelo então presidente da República por autoridades estrangeiras.Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente
"A análise dos dados armazenados no telefone celular aprendido em poder de MAURO CESAR BARBOSA CID revelou indícios de que houve desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação da origem, localização e propriedade dos valores provenientes, sendo revelados novos fatos e agentes envolvidos", diz o ministro na decisão.
Ainda segundo Moraes, "evidentemente, neste caso, a incomunicabilidade entre os investigados alvos das medidas é absolutamente necessária à conveniência da instrução criminal, pois existem diversos fatos cujos esclarecimentos dependem da finalização das medidas investigativas, notadamente no que diz respeito à análise do material apreendido e realização da oitiva de todos os agentes envolvidos".
O tenente-coronel Mauro Cid ficou nesta sexta-feira, 25, por cerca de 6 horas na sede da Polícia Federal, em Brasília. Ele foi intimado a depor no âmbito do inquérito que investiga o hacker Walter Delgatti por invasão aos sistemas do Poder Judiciário e por um suposto plano para descredibilizar as urnas eletrônicas. O militar chegou à Superintendência da PF às14 horas e saiu às 20h15.
Segundo o advogado Cezar Bitencourt, o depoimento de Cid durou duas horas. Ele reclamou que um problema técnico no sistema de informática da PF o impediu de ter acesso aos autos. Segundo ele, este teria sido motivo da demora.
O advogado não quis falar sobre o teor do depoimento dado por Cid. — Ele falou sobre os fatos — disse ele, sem dizer a quais fatos se referia. Esta é a primeira vez que o tenente-coronel depõe à PF após ele trocar de advogado pela terceira vez.
Logo que assumiu a defesa, Bitencourt afirmou que Cid atribuiria a Bolsonaro a ordem para a venda de um relógio Rolex recebido em uma viagem oficial.