Brasil

Moraes nega pedido de Bolsonaro para viajar aos EUA para posse de Trump

O ex-presidente está com o passaporte retido desde fevereiro de 2024

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 13h07.

Última atualização em 16 de janeiro de 2025 às 13h40.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou nesta quinta-feira, 16, o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para viajar aos Estados Unidos e participar da posse do presidente eleito, Donald Trump.

Na decisão, Moraes afirma que o cenário que motivou a retenção do passaporte segue indicando a possibilidade de tentativa de evasão por parte de Bolsonaro. O ministro mencionou ocasiões em que o ex-presidente defendeu a fuga do país e o asilo no exterior para condenados com trânsito em julgado pelo STF em casos relacionados aos atos de 8 de janeiro.

"Não há dúvidas, portanto, que, desde a decisão unânime da PRIMEIRA TURMA, não houve qualquer alteração fática que justifique a revogação da medida cautelar, pois o cenário que fundamentou a imposição de proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes, continua a indicar a possibilidade de tentativa de evasão do indiciado JAIR MESSIAS BOLSONARO, para se furtar à aplicação da lei penal, da mesma maneira como vem defendendo a fuga do país e o asilo no exterior para os diversos condenados com trânsito em julgado pelo PLENÁRIO do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL em casos conexos à presente investigação e relacionados à "tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito", escreveu o ministro na decisão.

Bolsonaro está com o passaporte retido desde fevereiro de 2024. A apreensão foi determinada no âmbito das investigações que apuram uma suposta tentativa de golpe de Estado no país. Essa é a quarta vez que o ex-presidente solicita a liberação do passaporte para viajar, mas todos os pedidos foram negados.

Os advogados de Bolsonaro pediram autorização para que ele pudesse sair do país entre os dias 17 e 22 de janeiro. A posse de Trump ocorrerá no dia 20, em Washington. No sábado, Moraes havia solicitado que a defesa apresentasse um pedido oficial para o evento.

Em parecer, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a rejeição do pedido. Segundo o PGR, não há interesse público na viagem de Bolsonaro que justifique a derrubada da restrição.

O ex-presidente e outros 39 aliados foram indiciados pela Polícia Federal em novembro pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O caso segue sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá apresentar parecer até fevereiro sobre a possibilidade de denúncia ao STF.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroDonald Trump

Mais de Brasil

Corpo de Juliana Marins chega ao Rio seis dias após resgate na Indonésia

Câmara troca comando do Conselho de Ética, e aliado de Bolsonaro assume presidência

Meta mantém ativo post contra Gleisi sobre fraude no INSS mesmo 12 dias após decisão judicial

Líderes da Câmara criticam ação do governo no STF contra derrubada do IOF e veem como 'tiro no pé'