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Moraes diz que tentativa de atentado em Brasília não é um fato isolado

O ministro do STF afirmou ainda que não "há pacificação com anistia a criminosos"

 (Gustavo Moreno/STF/Flickr)

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André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 10h53.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira, 14, que a tentativa de atentado registrada em Brasília, na Praça dos Três Poderes, não é um fato isolado, mas consequência do "ódio político disseminado no país nos últimos anos".

“O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. Queira Deus que seja um ato isolado, este ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente. Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro”, declarou Moraes durante uma aula magna no Conselho Nacional do Ministério Público.

Moraes destacou a importância da pacificação nacional, mas enfatizou que ela só será alcançada com a responsabilização dos criminosos envolvidos. “Sob o manto de criminosa utilização da liberdade de expressão, pessoas começaram a ofender, ameaçar e coagir autoridades”, afirmou.

“Ontem é uma demonstração de que só é possível essa necessária pacificação do país com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe a possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”, completou o ministro.

O magistrado reiterou que um criminoso anistiado é um “criminoso impune”, o que pode gerar mais agressividade. Moraes afirmou que não se pode compactuar com a impunidade de “ninguém que atente contra a democracia, os poderes de Estado e as instituições”.

“As pessoas acham que podem vir até Brasília, tentar entrar no STF para explodir o STF. Porque foram instigadas por muitas pessoas, lamentavelmente várias com altos cargos na República”, acrescentou.

Investigações

Moraes anunciou que a Polícia Federal (PF) e o STF devem assumir as investigações. Atualmente, o caso está sob investigação tanto da Polícia Federal quanto da Polícia Civil do Distrito Federal.

Como relator do inquérito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Moraes deve ser designado para conduzir as apurações sobre as explosões. A decisão de distribuição ficará a cargo do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.

A Polícia Militar continua na área realizando uma varredura antibombas, que começou ainda de madrugada. De acordo com a PM, alguns artefatos estão sendo desativados “um a um”, resultando em novas explosões ao longo da manhã.

O portal G1 informou que o corpo do suspeito foi retirado da Praça dos Três Poderes por volta das 9h e encaminhado ao Serviço de Medicina Legal da Polícia Federal.

O trânsito segue restrito a veículos oficiais, e os expedientes no Supremo Tribunal Federal (STF), Senado e Câmara dos Deputados estão suspensos até, pelo menos, as 12h de hoje.

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