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Moraes autoriza PF a tomar depoimento de Do Val sobre suposto plano de Bolsonaro

Senador Marcos do Val acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de tentar articular um golpe de Estado

Marcos do Val: senador renunciou após denunciar Bolsonaro (Agência Senado/Agência Senado)

Marcos do Val: senador renunciou após denunciar Bolsonaro (Agência Senado/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de fevereiro de 2023 às 12h32.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2023 às 12h33.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal (PF) a tomar o depoimento do senador Marcos do Val (Podemos-ES) na investigação sobre os atos golpistas que aconteceram em Brasília no dia 8 de janeiro.

Ao pedir autorização para marcar o interrogatório, o delegado Raphael Soares Astini disse que o senador "recentemente divulgou em suas redes sociais possuir informações relevantes" para a investigação. Marcos do Val acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de tentar articular um golpe de Estado.

Em despacho nesta quinta-feira, 2, Moraes disse que a "circunstância que deve ser esclarecida". O ministro também sinalizou que a "intenção golpista" pode ser enquadrada como crime de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O senador anunciou que renunciaria ao mandato e disse que Bolsonaro tentou coagi-lo para que se aliasse a uma tentativa de golpe de Estado.

O pedido para ouvir o senador foi feito no inquérito que se debruça sobre o papel de autoridades nos protestos extremistas na Praça dos Três Poderes. O rol de investigados inclui o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e o ex-ministro da Justiça e ex-secretário da Segurança Anderson Torres, que está preso preventivamente.

A PF tem outras três linhas de investigação, divididas por núcleos por causa do volume de investigados. As frentes de apuração miram em instigadores e autores intelectuais, executores e financiadores dos atos golpistas. Bolsonaro também está sendo investigado, sob suspeita de incitar os radicais. O ex-presidente está nos Estados Unidos desde o final do ano passado.

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