Brasil

Moradores da Grande SP reclamam de pedágio em terminais de ônibus

Medida do governo tucano autoriza a cobrança de uma tarifa aos passageiros que chegarem das cidades vizinhas da capital

Ônibus em terminal de São Paulo: moradores da região metropolitana passarão a ter que pagar tarifas extras para ter acesso à malha municipal de ônibus (AGLIBERTO LIMA/VEJA SÃO PAULO)

Ônibus em terminal de São Paulo: moradores da região metropolitana passarão a ter que pagar tarifas extras para ter acesso à malha municipal de ônibus (AGLIBERTO LIMA/VEJA SÃO PAULO)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 20h28.

São Paulo - Horas após ter sido anunciada a cobrança de R$ 1 para mudar de plataforma em terminais da região metropolitana de São Paulo, a vendedora Cimara Leite, de 35 anos, já tinha feito as contas de cabeça: só com o "pedágio", por mês, cada usuário pode gastar na ida e na volta cerca de R$ 60.

"Por dia, vamos gastar quase o valor de uma caixa de leite que poderia comprar para o meu filho", diz ela, que mora em Diadema. Passageiros da região metropolitana, como a Cimara, consideram "absurda" a taxa em tempos de crise econômica e desemprego.

Também indignado com o valor do "pedágio" , o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), protestou nesta quinta-feira, 5, na entrada do terminal da cidade, bloqueando a passagem de ônibus por quase cinco horas com o carro oficial da Prefeitura.

Michels afirma que não foi informado sobre a cobrança e se manifestou para chamar atenção dos passageiros.

O prefeito se reunirá nesta sexta, 6, com o governo estadual para tratar do assunto, com a participação de representantes da sociedade civil.

Em nota, a prefeitura de Diadema afirmou que "por volta das 11h desta quinta-feira (05/01), foi realizado ato contra a decisão de cobrança de R$1, por parte da EMTU, para quem utilizar os terminais de Diadema e Piraporinha em linhas intermunicipais. O prefeito Lauro Michels participou da manifestação junto com os moradores da cidade".

O auxiliar de produção Carlos Alexandre de Oliveira, de 33 anos, mora em Diadema e trabalha na capital paulista. Por dia, ele estima gastar R$ 12 em deslocamentos no transporte público e agora, com a nova taxa e o aumento da passagem, teme desestabilizar o orçamento familiar.

"É errado fazerem isso agora, nas condições de crise em que o País vive. O salário não condiz. Vai pesar no bolso", queixa-se.

Oliveira critica ainda a qualidade do transporte, que não acompanha os reajustes tarifários. "O ônibus demora muito e está sempre lotado", diz.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminGovernoSão Paulo capitalTarifas

Mais de Brasil

Lula diz que Brasil busca diálogo sobre tarifaço, mas não aceitará imposições de Trump

Senado anuncia grupo que vai aos EUA tentar acordo bilateral contra tarifaço de Trump

Lula participa de congresso da UNE em Goiânia e homenageia estudantes que morreram em acidente