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Moody's: BC fará bem em não aumentar os juros

Diretor da agência para a América Latina diz que manutenção da Selic e aumento do compulsório limpam o cenário para o próximo governo

Se mantiver os juros, Meirelles terá dado prova de seu compromisso com uma política monetária consistente (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Se mantiver os juros, Meirelles terá dado prova de seu compromisso com uma política monetária consistente (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 14h51.

São Paulo - A melhor decisão que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pode tomar em sua última reunião sob a batuta de Henrique Meirelles, nesta quarta-feira (8/12), é manter a Selic em 10,75% ao ano. Para Alfredo Coutiño, diretor para América Latina da agência de classificação de risco Moody’s, se Meirelles agir assim, terá dado "provas de seu compromisso com uma política monetária consistente."

A aposta da Moody's na manutenção dos juros apoia-se no argumento de que a maior parte das pressões inflacionárias que tanto assustam os mercados vem de fatores transitórios. "A economia brasileira está reduzindo a demanda excessiva, eliminando os efeitos sobre os preços. A inflação tem aumentado gradualmente, mas ainda está na margem superior da meta", disse o diretor da agência em comunicado.

Para Coutiño, até agora o BC tem agido de forma impecável ao não ceder às pressões de um mercado "contaminado com o temor do aumento da inflação". Manter a taxa básica de juros no patamar atual vai coroar esta postura de estabilidade.

Coutiño enfatiza que Meirelles e sua equipe acertaram a mão ao acalmar os mercados com "medidas macroprudenciais", que consistiram principalmente na elevação do percentual do depósito compulsório. "Sob estas circunstâncias o Banco Central limpa o cenário de ruídos para o começo do novo governo", finaliza o diretor da Moody's.

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