Representantes de povos indígenas se reúnem com o vice-presidente da Câmara, Andre Vargas (à direita), e outros parlamentares para discutir a pauta de reivindicação das comunidades indígenas (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2013 às 21h10.
São Paulo - Na manhã desta quarta-feira, 02, o Monumento às Bandeiras, principal homenagem paulistana ao bandeirante, amanheceu pichado.
O local não foi escolhido por acaso. Afinal, não se tratava de um ato de vandalismo qualquer. As inscrições em um dos mais famosos cartões-postais de São Paulo - conhecido popularmente como "empurra-empurra" ou "deixa que eu empurro" - eram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de número 215, que muda regras para a demarcação de terras indígenas.
A Prefeitura agiu. À tarde, a empresa de limpeza contratada pelo Departamento de Patrimônio Histórico - órgão da Secretaria Municipal de Cultura - encarregou-se de deixar o monumento tinindo. De acordo com a secretaria, o serviço foi feito por "jateamento de água limpa e quente, com pressão determinada para o tipo de material do monumento", mas também foram "utilizados removedores químicos".
Com 240 blocos de granito de 50 toneladas, a monumental obra é assinada pelo escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret (1894-1955). Nela, estão representadas 29 figuras humanas, entre bandeirantes, índios, mamelucos e negros.
Não é a primeira vez que o icônico monumento é alvo de intervenções. Em maio do ano passado, um dos bandeirantes da escultura teve as unhas do pé pintadas com giz de cera azul - como se tivessem sido esmaltadas.
Também em 2012, um grupo de artistas resolveu colocar orelhas de burro nos cavalos do monumento. Nesse caso, entretanto, a escultura não foi danificada: as orelhas eram feitas de plástico e ficaram ali apenas por cerca de 5 horas - tempo suficiente para que os artistas fotografassem.