No cronograma oficial, Bolsonaro embarca no dia 14 para Moscou e se encontra com Putin no dia 16 (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de fevereiro de 2022 às 17h59.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2022 às 19h33.
Ministros da chamada "ala política" do governo federal atuam nos bastidores para convencer o presidente Jair Bolsonaro (PL) a cancelar sua viagem à Rússia, marcada para o próximo dia 14.
O objetivo é evitar um possível desgaste diplomático do Brasil com países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principalmente os Estados Unidos, em crescente tensão com Moscou. Existe o temor na comunidade internacional de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, invada a Ucrânia e dê o estopim para um conflito armado, com risco de se tornar o maior embate desde a Segunda Guerra Mundial.
Uma resposta dos esforços de ministros, amparados ainda na pressão de diplomatas americanos, pode vir já nesta segunda-feira, 7, após uma reunião entre Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, marcada para as 15h30 no Palácio do Planalto.
Na semana passada, durante agenda a Porto Velho para encontro com o presidente do Peru, Pedro Castillo, Bolsonaro foi questionado pelo Estadão/Broadcast Político em entrevista coletiva se manteria a viagem a Moscou apesar da crescente instabilidade política no Leste Europeu. "Brasil é Brasil, Rússia é Rússia", respondeu o chefe do Executivo na oportunidade confirmando a visita oficial.
Pelos planos ainda mantidos, Bolsonaro embarca no dia 14 para Moscou e se encontra com Putin no dia 16. Depois, segue para Budapeste, onde deverá se reunir com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, considerado um líder ultranacionalista de direita, com pautas autoritárias e de repressão a minorias.