(Antonio Augusto/STF/Flickr)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 25 de março de 2025 às 16h12.
Última atualização em 25 de março de 2025 às 16h12.
Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram nesta terça-feira, 25, o pedido das defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete acusados para que a denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado fosse julgada no Plenário da Corte. Com a decisão, o julgamento segue na 1ª Turma.
Os advogados dos acusados queriam que o caso fosse julgado pelos 11 ministros que compõem o plenário da Corte, e não somente a Primeira Turma. Participam do grupo Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
Moraes foi acompanhado por Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O ministro Luiz Fux divergiu, e considerou que o caso deve ser levado a plenário. Com isso, o placar ficou 4x1.
Ao justificar a decisão, Alexandre de Moraes, relator do caso, afirmou que o argumento para retirar a competência da Primeira Turma não se sustenta.
"Há uma motivação para isso. No tocante ao poder Executivo, há expressa e excepcional previsão de que a competência é do plenário, para o chefe do Poder Executivo fundamenta-se na existência de um regime jurídico constitucional diferenciado a quem está exercendo a chefia de Estado e de governo", disse Moraes.
Ao divergir da Turma, Fux afirmou gravidade e a repercussão institucional do caso exigem a apreciação pelo conjunto dos 11 ministros do STF. El afirma que o julgamento deveria ocorrer no Plenário para garantir "maior autoridade e legitimidade institucional" da decisão.
"Essa matéria não é tão pacífica, essa matéria já foi mudada e remudada e voltou-se a tese original várias vezes. Ou nós estamos julgando pessoas que não exercem funções públicas, ou estamos julgando pessoas que exercem essas funções, e o local ideal seria o plenário do Supremo Tribunal Federal", afirmou o ministro.
Segundo o rito do STF, a sessão será aberta por Zanin, presidente da Turma. Moraes, relator do caso, vai ler o relatório do oferecimento da denúncia feito pelo Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet.
Na sequência, a PGR fará uma sustentação oral, de até 30 minutos, para argumentar sobre a aceitação da denúncia.
As defesas dos oito denunciados terão 15 minutos cada, com ordem definida pelo presidente da Turma, para fazer uma argumentação contra a denúncia.
Após essa parte, Moraes começará a votar se o processo preenche todos os requisitos formais para continuar a ser julgado, as chamadas preliminares – se o processo está sendo julgado no Tribunal competente, se as partes são legítimas, se a petição foi apresentada de forma correta.
Todos os ministros da turma votam sobre as preliminares, na seguinte ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Zanin.
Após a definição sobre as preliminares, inicia-se o voto do relator Moraes sobre o mérito do julgamento, tornar Bolsonaro e os outros acusados réus ou não, com base no que foi apresentado pela PGR na denúncia. Caso três ministros votem a favor da denúncia, a maioria se forma, e Bolsonaro se tornará réu.