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Ministros minimizam peso político de investigação sobre delação

Para Padilha e Moreira, a apuração de possíveis irregularidades na delação de executivos da J&F deve ser apenas tratada como um fato jurídico

Padilha e Moreira: Janot determinou a abertura de investigação que pode levar à rescisão do acordo de delação de Joesley Batista e de mais dois executivos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Padilha e Moreira: Janot determinou a abertura de investigação que pode levar à rescisão do acordo de delação de Joesley Batista e de mais dois executivos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 13h27.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 13h33.

Brasília - Principais auxiliares do presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) minimizaram nesta quarta-feira, 6, a investigação aberta pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para apurar possíveis irregularidades e omissões na delação de executivos do grupo J&F, que atingiu Temer. Segundo os ministros, o tema não deve ser tratado no âmbito político, mas, sim, como um fato jurídico.

Na segunda-feira, 4, Janot determinou a abertura de investigação que pode levar à rescisão do acordo de delação do empresário Joesley Batista e de mais dois executivos do grupo J&F: Ricardo Saud e Francisco de Assis Silva. A decisão foi tomada com base em áudio de conversa entre Joesley e Saud entregue à PGR em 31 de agosto.

A conversa revelaria o que Janot chamou de indícios de "crimes gravíssimos" envolvendo Marcelo Miller, ex-procurador que deixou a PGR e foi trabalhar no escritório de advocacia que negociou a leniência da J&F.

"Essa questão será tratada como um problema legal, Mariz (advogado de defesa de Temer, o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira), está acompanhando", disse Moreira em entrevista coletiva após evento de filiação do senador Fernando Bezerra (PE) ao PMDB. Para ele, os novos fatos envolvendo a delação dos executivos do grupo devem ser tratados com "tranquilidade" e não podem ser vistos como um fato político, mas, sim, jurídico.

Padilha foi na mesma linha de Moreira e disse que o advogado de Temer é quem dirá como o presidente vai se posicionar em relação ao fato. "Não cabe ao governo fazer avaliações. A advocacia do presidente é quem vai dizer como ele vai se posicionar", afirmou o ministro-chefe da Casa Civil.

De acordo com ele, Temer "esteve e está muito tranquilo" em relação à delação do grupo J&F. O acordo embasou a primeira denúncia por corrupção passiva da PGR contra Temer, a qual foi arquivada pela Câmara.

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