Brasil

Ministros do STF querem que plenário decida sobre Battisti

Na última sexta (13), o ministro Luiz Fux concedeu liminar para impedir que houvesse a extradição do italiano enquanto não fosse julgado o mérito do habeas

Battisti: Fux informou que o julgamento aconteceria na próxima terça-feira (24) (Nacho Doce/Reuters)

Battisti: Fux informou que o julgamento aconteceria na próxima terça-feira (24) (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de outubro de 2017 às 16h36.

Brasília - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quarta-feira, 18, a discussão pelo plenário da Corte do habeas corpus impetrado pela defesa do ex-ativista italiano Cesare Battisti.

O relator do caso, ministro Luiz Fux, liberou o processo para julgamento pela Primeira Turma, mas afirmou que ainda vai analisar a possibilidade de levar a discussão para o plenário.

Na última sexta-feira, 13, Fux concedeu liminar para impedir que houvesse a extradição de Battisti enquanto não fosse julgado o mérito do habeas corpus.

Os advogados do italiano apontaram a possibilidade de uma eventual decisão do Planalto pela extradição se tornar irreversível. Na decisão, Fux informou que o julgamento aconteceria na próxima terça-feira, 24, dia de sessão da Primeira Turma.

"Acho que é necessário que haja um debate no pleno sobre isso. A discussão envolve decisão do presidente da República, uma República estrangeira, a questão de interpretação de tratado e tudo mais, então seria muito bom que o debate se desse no pleno", disse o ministro Gilmar Mendes, que integra a Segunda Turma.

Indagado pela reportagem se pretende levar a discussão para o plenário do STF, Fux respondeu: "Isso aí ainda vamos ver."

Um outro ministro do STF ouvido reservadamente é favorável ao julgamento no plenário por ter sido lá onde o caso Battisti foi julgado e porque o habeas corpus é contra um ato do presidente da República.

Em junho de 2011, o STF decidiu que o italiano Cesare Battisti deveria ser solto. A maioria dos ministros também entendeu que a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negar a extradição de Battisti foi um "ato de soberania nacional".

Regimento

A discussão pelo plenário do caso Battisti também foi defendida nesta terça-feira, 17, pelo ministro Alexandre de Moraes.

"Ele (Fux) botou o dia (de julgamento para a Primeira Turma), mas o regimento é muito claro: habeas corpus contra presidente da República é plenário", disse Moraes. "Aí é um habeas corpus preventivo contra o presidente da República que, pelo regimento interno, é o plenário. Eu acho que tem de cumprir o regimento", completou o ministro.

A Primeira Turma do STF é composta por Fux, Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e o presidente do colegiado, Marco Aurélio Mello.

Barroso, que já atuou na defesa de Battisti antes de ingressar à Corte, não participará do julgamento.

A permanência de Battisti no País foi garantida após decisão, em 2010, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-ativista foi condenado na Itália em 1993 pelo envolvimento no assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando integrava o grupo extremista de esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e é alvo de pedidos de extradição por parte do governo italiano. Battisti nega a participação nos crimes.

Acompanhe tudo sobre:Governo TemerItáliaJustiçaSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Preços dos alimentos cairão mais nas próximas semanas, diz ministro

Governo manda ONS tomar medidas para diminuir 'desligamentos' de parques eólicos e solares

Tribunal de Justiça de São Paulo mantém proibição de moto por aplicativo na capital

Conselho de Ética da Câmara aprova parecer pela cassação de Glauber Braga, que promete greve de fome