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Ministros do STF querem julgar liberação de cultos presenciais no plenário

Decisão de Nunes Marques liberando cultos religiosos gerou insatisfação entre ministros. Entendimento da Corte é que estados têm legitimidade para impor restrições

Kassio Nunes Marques, ministro do STF: o ministro foi indicado ao cargo no ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Divulgação)

Kassio Nunes Marques, ministro do STF: o ministro foi indicado ao cargo no ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 4 de abril de 2021 às 16h44.

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kássio Nunes Marques liberando cultos religiosos presenciais gerou insatisfação nos bastidores. Ministros ouvidos pelo Globo querem que o presidente, Luiz Fux, leve o tema ao plenário assim que possível. Há preocupação com o risco de aglomerações em igrejas no pior momento da pandemia do coronavírus.

— Não temos expertise na área (de saúde) e nem somos Executivo — disse o ministro Marco Aurélio, que discorda da decisão de Nunes Marques, ao Globo.

Para ministros da Corte ouvidos pelo Globo a decisão, proibindo que estados e municípios suspendam completamente celebrações religiosas, vai contra o entendimento do plenário do STF de que os entes da federação têm autonomia para decidir sobre as restrições na pandemia.

O ministro Gilmar Mendes é relator de uma ação semelhante, também pedindo a liberação de cultos, proposta pelo PSD. Uma das estratégias aventadas nos bastidores é que Gilmar dê uma decisão rejeitando o pedido, forçando que o tema seja tratado pelo plenário.

A interlocutores, Luiz Fux disse que cabe ao relator, Nunes Marques, liberar a ação para ser pautada em plenário, o que só deve ocorrer após a Procuradoria-Geral da República (PGR) ser ouvida no processo.

Marco Aurélio afirma que a PGR poderia ser ouvida durante a sessão e que Fux poderia avocar já o processo para o plenário, opinião partilhada também por outros ministros ouvidos pelo GLOBO em reservado.

— Para o relator atuar não foi preciso. Para o colegiado maior será? Enquanto isso tem-se espaço para contágio. Aonde vamos parar? — questionou Marco Aurélio.

Através de sua assessoria, o ministro Luiz Fux disse que não iria se pronunciar sobre a ação.

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