Brasil

Ministros do STF criticam demora para aprovação da nova lei

O assunto também foi citado ontem pelos ministros do Supremo no julgamento sobre as competências do Conselho Nacional de Justiça, o CNJ

O presidente do STF, Cezar Peluso, disse o debate em relação ao órgão de controle nacional deixou clara a urgência da edição de uma nova Lei Orgânica da Magistratura (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O presidente do STF, Cezar Peluso, disse o debate em relação ao órgão de controle nacional deixou clara a urgência da edição de uma nova Lei Orgânica da Magistratura (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 05h44.

Brasília – A edição de uma nova Lei Orgânica da Magistratura (Loman) não inquieta apenas associações de juízes, preocupadas com a manutenção de prerrogativas funcionais como as férias de 60 dias. O assunto também foi citado ontem (2) pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento sobre as competências do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O presidente do STF, Cezar Peluso, disse o debate em relação ao órgão de controle nacional deixou clara a urgência da edição de uma nova Loman. Vários ministros entenderam que o CNJ tem poder de regulamentar as investigações de juízes porque a lei dos magistrados está defasada, já que é anterior à criação do conselho.

Ricardo Lewandowski, ministro que relatou o texto da nova Loman no STF, justificou a demora para a conclusão do documento citando mudanças recentes na Constituição. “As alterações constitucionais se sucedem e isso impede que nós enviemos [o anteprojeto] tal como gostaríamos de enviar. Uma das últimas alterações e um grande problema que enfrentamos é em relação à Previdência dos magistrados”, disse o ministro.

Para o ministro Celso de Mello, houve uma inércia do Legislativo quando o projeto ficou sob os seus cuidados, entre 1992 e 2004, “repousando em berço esplêndido em algum escaninho da Câmara dos Deputados”. Depois disso, o texto foi requisitado pelo então presidente do STF, Nelson Jobim, para concluir a proposta.

Já o ministro Gilmar Mendes entendeu que a culpa do atraso é mais do próprio Judiciário do que do Legislativo. “Retiramos o projeto do Congresso e não retornamos. Da Constituição de 1988 até esses dias, temos 20 e tantos anos sem que tenha qualquer deliberação.”

Acompanhe tudo sobre:JustiçaLegislaçãoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Terceira morte por suspeita de intoxicação por metanol é registrada em São Paulo

Congresso pede ao STF para número de deputados por estado ser mantido em 2030

'Redução de penas não satisfaz Bolsonaro', diz Tarcísio após visita em prisão domiciliar

Barroso afirma que 'anistia imediata' aos condenados pelo 8 de janeiro não é 'positiva'