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Ministros dizem que país está preparado para grandes eventos

Cardozo disse que, do ponto de vista da segurança, a jornada foi diferenciada de outros grandes eventos e reconheceu que alguns problemas ocorreram

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2013 às 21h10.

Brasília – Os ministros da Defesa, Celso Amorim, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, avaliaram hoje (29) como exitoso o esquema de segurança da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e que o país está preparado para grandes eventos.

Cardozo disse que, do ponto de vista da segurança, a jornada foi diferenciada de outros grandes eventos e reconheceu que alguns problemas ocorreram, especialmente na chegada do pontífice, no dia 22.

"Falhas por vezes acontecem, mas o esforço de segurança desprendido por todos os que acompanharam a passagem do papa mostra que o Brasil está preparado para grandes eventos", disse Cardozo. "O trabalho de segurança no evento é mais difícil e mais complexo que o que houve na Copa das Confederações e que haverá na Copa do Mundo, pois você não sabe quantas pessoas vão comparecer, onde ficam e onde elas vão transitar", avaliou.

Sobre a segurança, o ministro disse que a visita do papa Francisco ao Brasil sofreu mudanças de última hora em virtude da vontade do santo padre em tirar as barreiras físicas para ficar mais próximo dos fiéis. Segundo Cardozo, uma semana antes do início da JMJ o governo brasileiro foi informado que o papa não iria usar o papamóvel blindado, como era previsto. O governo ofereceu um veículo blindado para o papa se deslocar em certos trechos, mas que "48 horas antes da chegada fomos informados que o papa não aceitava nenhum veículo blindado".

Francisco acabou alternando, durante os deslocamentos, entre o papamóvel e um carro comum. "O que antes era para ser um carro blindado passou a ser um veículo com janela aberta, o que implicou um grande esforço da segurança", complementou o ministro, observando que a quebra no protocolo também foi uma novidade para os seguranças do papa. "As paradas foram decididas pelo papa onde ele julgasse oportuno, inclusive parando onde não estava previsto", finalizou.

Cardozo também disse que ficou apreensivo com algumas situações que poderiam ter colocado a segurança do papa em risco. "Eu tinha confiança no sistema de segurança, mas confesso que em certos momentos, pelo inesperado comportamento, ficávamos com a ponta dos dedos geladas", reconheceu.


O ministro considerou que o único deslize foi durante a chegada do papa quando, por erro de informação, o carro que levava Francisco da Base Aérea do Galeão ao centro da cidade, de vidros abertos, ficou retido e cercado pelos fiéis por longos minutos.

"Lamentavelmente houve uma desconexão. Uma pessoa da prefeitura [do Rio de Janeiro] não repassou para o Centro de Comando e Controle a alteração no trajeto. Aquilo nos surpreendeu, mas a avaliação do pessoal que estava em solo é que não houve risco atestado por ninguém", disse. Em comunicado, o porta-voz do Vaticano disse também que não houve risco ao papa.

De acordo com o governo, no total, foram acionados 6.008 agentes das polícias Rodoviária, Federal e da Força Nacional de Segurança. Foram utilizadas 685 viaturas, cinco helicópteros, duas lanchas, botes flexíveis e jet-skis. No total, 9.787 ônibus foram vistoriados, o que equivale a quase metade de toda a frota legalizada no país. Desses, 3 mil foram notificados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). "A média anual de fiscalizações é 6 mil ônibus e nós fiscalizamos muitos mais para a realização deste evento", frisou o ministro. Até o final da jornada, não foi registrada mortes.

O ministro elogiou a atuação das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros e disse que considerou a postura da Polícia Militar na contenção dos protestos "dentro dos protocolos internacionais de dissuasão". "Não conheço nenhuma polícia que não use bomba de efeito moral para tentar dissuadir [manifestantes]", disse.

Já o ministro da Defesa, Celso Amorim, informou que 13.723 homens das Forças Armadas apoiaram na segurança. Eles atuaram em áreas específicas, como a defesa das fronteiras terrestre, aérea e marítima; áreas estratégicas como a Usina de Angra dos Reis; e a defesa contra ameaças químicas, radiológicas e nucleares. Amorim ressaltou que a preocupação era que ficasse uma bela memória do evento. "Conseguimos garantir a segurança sem constrangimentos", disse.

Com relação ao artefato encontrado um dia antes da chegada do papa ao Brasil, no domingo (21), na Basílica de Aparecida, em São Paulo, dentro de um dos banheiros do santuário, Amorim garantiu que o fato não representou perigo e que este foi o único caso registrado em toda a JMJ. "Não houve nada mais equivalente ao artefato. Houve uma ou duas ocasiões que chegaram ao meu conhecimento em que houve suspeita em relação a um pacote ou bolsa vazia, e em pelo menos uma que foi mobilizada a força antiterrorista do Exército e se verificou que não era nada", revelou.

Os ministros consideraram que a atuação coordenada de diferentes forças de segurança foi o grande legado do evento. "Muita gente disse que não ia dar certo porque ia ter atritos entres as forças, mas o que houve foi um espírito de total coordenação", frisou Amorim.

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