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Ministros destacam perfil discreto e rigoroso de Raquel Dodge

Para um dos ministros, a nova PGR "manterá a tradição de independência, característica das últimas gestões do Ministério Público"

Raquel Dodge: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse esperar "serenidade" da nova procuradora-geral da República (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Raquel Dodge: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse esperar "serenidade" da nova procuradora-geral da República (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 11h59.

O perfil discreto e rigoroso de Raquel Dodge, primeira mulher a comandar a Procuradoria-Geral da República, foi elogiado hoje (18) por autoridades que participaram da cerimônia de posse no cargo que será ocupado por ela nos próximos dois anos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso elogiou o fato de Dodge ter ressaltado, em seu discurso, o combate à corrupção como uma das prioridades de sua gestão à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR).

"O Brasil tem muitas prioridades. O combate à corrupção é uma delas porque a integridade é pressuposto para que se possa fazer tudo de forma mais correta e eficiente", disse Barroso, após participar da cerimônia de posse da nova procuradora-geral.

Segundo Barroso, Dodge manterá a tradição de independência, característica das últimas gestões do Ministério Público. "Tenho esperança e convicção de que ela vai seguir a tradição de independência, seriedade, integridade, busca do interesse público, de defesa dos direitos fundamentais, que têm caracterizado a PGR já há muitas gestões. Acredito que Raquel Dodge continuará essa boa tradição", disse Barroso.

Também presente na cerimônia, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luis Felipe Salomão destacou a boa impressão deixada por Raquel durante suas participações no STJ.

"Eu a conheço há muito tempo. Sua atuação no STJ é exemplar. É corajosa, cuidadosa e reservada. Tenho certeza de que vai desempenhar em elevadíssimo nível essa responsabilidade agora entregue a ela. O MP está em muito boas mãos", disse.

Salomão minimizou a ausência do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot na cerimônia. "O MP é uma sequência, uma corrida de bastão. Um termina e passa para outro. Esse momento é um ciclo, uma renovação. E essa renovação é sempre boa porque abre novos horizontes. Janot cumpriu com sua tarefa e agora novos desafios se aproximam. Essa cerimônia de renovação é importante porque também se renovam os ânimos e as esperanças".

Procurador Geral da República da gestão anterior a Janot, Roberto Gurgel disse que Raquel Dodge é uma pessoa "firme e extremamente rigorosa" na sua atuação como procuradora. "Tenho certeza que quem espera, nesse aspecto, alguma modificação, isso não acontecerá", disse.

"Raquel continuará atuando firmemente contra a corrupção de modo geral e, também, naquela áreas que apontou em seu discurso, como direitos humanos. Repito: quem imagina que vai ter algum tipo de dificuldade [com ela] está redondamente enganado.", acrescentou Gurgel.

Perguntado sobre as especulações de que Raquel Dodge faria grandes mudanças na equipe de procuradores que atua na Lava Jato, Gurgel disse saber da existência de "um grupo de transição para assegurar que as informações sejam repassadas da forma mais adequada possível". "Ao que estou informado, uma parte do grupo vai permanecer com o mesmo trabalho", afirmou.

Sobre a expectativa com relação à atuação de Raquel Dodge diante da Lava Jato e das denúncias que têm sido feitas pela PGR, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse esperar "serenidade" da nova procuradora-geral da República.

"Ela vai atuar dentro da serenidade e rigor com que ela sempre se pautou. E isto é uma conquista da brasilidade, da institucionalidade do país e temos certeza que ela conduzirá isso com mão firme, com rigor e a serenidade que sempre teve", disse Meirelles.

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