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Ministros conversam sobre Escola Sul-Americana de Defesa

Um dos objetivos da escola é o melhor controle da região amazônica para combater conjuntamente a mineração ilegal, o narcotráfico e o tráfico de armas


	Bandeiras do Mercosul: a escola refletiria visão e necessidades da América do Sul, além de aproximar e unificar relações entre países 
 (Norberto Duarte/AFP)

Bandeiras do Mercosul: a escola refletiria visão e necessidades da América do Sul, além de aproximar e unificar relações entre países  (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2013 às 17h57.

Rio de Janeiro - Os países sul-americanos aproveitaram um seminário sobre vigilância de áreas especiais organizado nesta quinta-feira pelo Brasil na cidade de Manaus para avançar nas negociações para a criação da chamada Escola Sul-Americana de Defesa, informaram fontes oficiais.

"Queremos uma escola de defesa regional que reflita nosso ângulo de ver o mundo e este seminário é parte disso", afirmou o ministro de Defesa, Celso Amorim, em declarações concedidas para jornalistas após a instalação do Seminário Sul-Americano de Vigilância de Áreas Especiais.

Além de Amorim, também compareceram à reunião os ministro de Defesa do Equador, María Fernanda Espinosa, e da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, que tiveram reuniões paralelas, assim como representantes de alto nível dos demais países sul-americanos.

O ministro brasileiro disse que nas conversas foi abordada de novo a criação de uma escola de defesa para a região que reflita a visão e necessidades da América do Sul.

Segundo Amorim, o objetivo é contar com uma escola que permita que a América do Sul "desenvolva um pensamento unificado para a defesa do que temos em comum e para melhorar nossas próprias relações, com iniciativas para a criação de confiança e operações como as que promovemos em nossas fronteiras e para as quais convidamos nossos vizinhos".

Em referência à "Escola das Américas", hoje uma questionada iniciativa dos Estados Unidos para a formação de oficiais de toda América Latina, o ministro afirmou que, "respeitando outras iniciativas do passado que podem ter sido úteis em determinada época", a América do Sul necessita de uma escola de defesa que reflita sua visão.


"Necessitamos de um Colégio Sul-Americano de Defesa que veja o mundo sob a ótica da América do Sul e não outras óticas, como a ótica da Guerra Fria ou outras que existem e que são respeitáveis, mas são diferentes de como vemos o mundo", disse.

Amorim também disse que a coordenação administrativa da instituição pode estar no Equador, por ser o país em que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) tem sua sede, mas que a direção tem que ser "plural e diversificada".

"Nossa presença em Manaus tem a ver com o interesse do Equador em fortalecer o Conselho de Defesa Sul-Americano como espaço de articulação, de construção de um pensamento estratégico conjunto e de ação coletiva para defender nossa soberania e nossos recursos", disse Espinosa.

A ministra equatoriana acrescentou que a possível Escola de Defesa Sul-Americana pode ajudar os países da região a colocarem sobre a mesa todos os conhecimentos e a tecnologia que dominam para compartilhá-los e otimizá-los.

Segundo a representante equatoriana, a escola é o espaço apropriado para "otimizar nossos mecanismos de conhecimento e de controle da região amazônica" para que possamos combater conjuntamente "os delitos na região com a mineração ilegal, o narcotráfico e o tráfico de armas".

Amorim esclareceu que o Brasil organizou o seminário que se estendará até sexta-feira precisamente para divulgar a experiência que adquiriu em sistemas para vigiar a Amazônia, com a ajuda de satélites e radares, e outras áreas especiais, com suas fronteiras com os países vizinhos.

O ministro esclareu que o seminário é um espaço para a troca de experiências bem-sucedidas, já que o Brasil também tem muito que aprender de seus vizinhos, e acrescentou que o objetivo é que a região possa adotar um sistema conjunto de vigilância.

Pinzón, por sua parte, afirmou que a reunião de Manaus permitiu fortalecer a cooperação entre os países da região para lutar contra os crimes que ameaçam as fronteiras amazônicas.

"Estamos convencidos que é necessário colaborar para proteger nossa Amazônia. O narcotráfico e a mineração criminosa são as principais ameaças à biodiversidade e aos recursos naturais da região por ser atividades que financiam as organizações criminosas que violam as fronteiras", afirmou.

O ministro colombiano manifestou a especial preocupação de seu país pela exploração clandestina de minerais, como tungstênio, que se transformou em uma fonte de finanças para a guerrilha das Farc.

cm/ff

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