Dilma Rousseff, Michel Temer e ministros: toda a equipe deve pedir demissão em caso de impeachment, exceto Tombini, do BC, e Laser, do Esporte. (REUTERS/Adriano Machado)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2016 às 14h29.
Brasília - À exceção dos ministros do Banco Central, Alexandre Tombini, e do interino dos Esportes, Ricardo Laser, todos os integrantes do primeiro escalão do governo da presidente Dilma Rousseff vão pedir demissão, assim que houver a decisão do plenário do Senado sobre o processo de impeachment contra ela, considerado irreversível.
A presidente Dilma assinará as demissões assim que for notificada pelo Senado, o que está previsto para acontecer na quinta-feira, 12, caso seja aprovado o seu afastamento. Uma edição extra do Diário Oficial será publicada com as demissões.
A decisão foi discutida durante a reunião ministerial realizada nesta quarta-feira, 11, no Palácio do Planalto, sob o comando dos ministros do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini. A equipe de Dilma não irá fazer transição para o vice-presidente Michel Temer.
A ordem da presidente Dilma, que não participou da reunião com os ministros, e permaneceu no Palácio da Alvorada, é de manter Alexandre Tombini para evitar qualquer tipo de turbulência econômica, para evitar causar mais problemas nesta área para o País.
Da mesma forma, o ministro dos Esportes interino fica no cargo, pelo menos por enquanto, por conta da realização das Olimpíadas.
Este Diário Oficial extra vai publicar ainda a demissão dos secretários executivos dos Ministérios. Mas em alguns casos, como da Fazenda, eles permanecem em seus postos, também com objetivo de manter estabilidade do mercado.
O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, foi quem sugeriu, na reunião que algumas pessoas fossem mantidas estrategicamente nos cargos em razão de suas funções, muito específicas.
É o caso do Secretário-Geral do Ministério da Defesa, que é um caso especial. Em cada ministério será mantido um funcionário para repassar informações técnicas e administrativas à equipe de Temer, mas não necessariamente será o secretário-executivo.
Dilma não fará transição, como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo, por considerar que é vítima de um golpe. Mas todas as informações técnicas e administrativas estão sendo preparadas para serem repassadas, para evitar que o governo petista seja acusado de que esteja fazendo boicote.
Todos os ministros e secretários foram a orientados a deixar seus telefones e contatos atualizados no Planalto. Novas instruções serão repassadas aos ministros na quinta-feira.
Também no mesmo dia, caso a presidente seja afastada, ela vai fazer uma declaração à imprensa, não se sabe ainda a que horas. Neste momento, a ideia é que todos os ministros de seu governo a acompanhem nesta declaração.