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Ministro italiano aposta por continuar pactos econômicos com o Brasil

"Romper acordos não ajuda nem a conseguir a extradição de Battisti tampouco a defender os interesses da Itália e dos italianos", ressaltou o ministro Franco Frattini

Franco Frattini, ministro das Relações Exteriores: não ao rompimento com o Brasil (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

Franco Frattini, ministro das Relações Exteriores: não ao rompimento com o Brasil (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2011 às 08h21.

Roma - O ministro de Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, disse que aposta pela continuidade dos acordos econômicos entre a Itália e o Brasil, em resposta aos que defendem a ruptura após a decisão de Brasília de não extraditar à Itália o ex-ativista de esquerda Cesare Battisti, condenado por assassinato.

"Romper os acordos não ajuda nem a conseguir a extradição de Battisti tampouco a defender os interesses da Itália e dos italianos", ressaltou Frattini, que explicou que entre ambos os países existe "uma antiga relação que envolve muitas empresas italianas".

Frattini assinalou que a Itália mantém uma posição equilibrada no caso Battisti e se mostrou convencido de que os brasileiros não compartilham a decisão de seu ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negar a extradição do ex-ativista, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios durante os anos 70.

O titular de Exteriores explicou que a Itália está respondendo com dois instrumentos jurídicos a sua disposição: o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que está sendo preparada, e o Tribunal Internacional de Haia.

Frattini, no entanto, lembrou que o acordo econômico assinado entre Lula e Berlusconi dever ser ratificado nas próximas semanas pelo Parlamento italiano e, segundo manifestou, "o clima tanto na maioria quanto na oposição não é o melhor".

"Digamos que agora devemos enfrentar a questão legal, depois serão retomados as outras demandas", concluiu.

As declarações de Frattini ocorrem um dia depois de o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, manifestar que o caso Battisti "não mudará" as relações entre Brasília e Roma.

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