Ato em Brasília: manifestantes se reuniram em mais de 80 cidades do Brasil no domingo (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2019 às 07h08.
Última atualização em 1 de julho de 2019 às 07h28.
Uma das grandes dúvidas desta segunda-feira em Brasília é se o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, fica no cargo. No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro fritou o ministro ao afirmar que até segunda-feira os 22 ministros estavam confirmados. Na quinta-feira, a Polícia Federal prendeu um assessor do ministro na investigação sobre candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais. O PSL é o partido de Álvaro Antônio e de Bolsonaro.
Mais de 80 cidades do Brasil tiveram atos de apoio à operação Lava-Jato e ao ministro da Justiça, Sergio Moro. O apoio à reforma da Previdência e ao pacote anti-crime, assim como críticas ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, também foram pautas dos manifestantes. Em Brasília, o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, subiu no carro de som para chamar Moro de “herói”. Disse ainda que “esquerdopatas e derrotistas” erraram sobre o G20, encontro das grandes economias que selou o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Tanto Moro quanto o presidente Jair Bolsonaro saudaram as manifestações no Twitter.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a lamentar a prisão do segundo-sargento da Aeronáutica detido com cocaína na Espanha após desembarcar do avião reserva da Presidência. Segundo ele, o sargento jogou “na lama” o nome das instituições brasileiras, mas disse que situações como essa podem “ocorrer em qualquer lugar do mundo”. “Isso está sendo investigado. Ele jogou fora a vida dele, jogou na lama o nome de instituições e prejudicou o Brasil um pouco. Mas acontece em qualquer lugar do mundo, em qualquer instituição”, afirmou o presidente.
O Congresso Nacional vai instalar nesta semana uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as chamadas fake news nas redes sociais. Fato raro no Legislativo, a criação do colegiado fez políticos de diferentes partidos – do PT ao PSL – apoiarem a iniciativa, mas por interesses diversos, que vão da eleição de Jair Bolsonaro em 2018 até a divulgação da troca de supostas mensagens envolvendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, quando era juiz em processos da Operação Lava Jato. A CPI mista deve ser oficializada na quarta-feira, quando o Congresso realiza uma sessão conjunta de deputados e senadores para votar alterações no Orçamento da União.
O principal assessor econômico do presidente americano Donald Trump avaliou, neste domingo, que há “boas possibilidades” de que empresas dos EUA obtenham licenças para vender produtos à Huawei, gigante tecnológica chinesa que está no centro das tensões comerciais entre Pequim e Washington. Larry Kudlow fez esses comentários após o anúncio da trégua entre os dois países em sua disputa comercial, e depois de Washington abrir mão de taxar ainda mais as importações chinesas. Trump já tinha mencionado no sábado um possível afrouxamento das restrições americanas à gigante chinesa das telecomunicações, incluindo a venda “de equipamentos que não representam um problema significativo de segurança nacional”.
Pelo menos cinco manifestantes morreram em protestos maciços celebrados neste domingo (30) no Sudão para exigir dos militares a entrega do poder aos civis, anunciou um comitê de médicos vinculado à oposição. Quatro mortos foram registrados em Omburman, cidade vizinha à capital, Cartum, e outra vítima levou um tiro no peito na cidade de Atbara (centro), informou o comitê no Twitter, sem da detalhes sobre as circunstâncias das mortes em Omdurman. A manifestação deste domingo foi a maior desde 3 de junho, quando os militares dispersaram um acampamento diante do quartel-general do exército, com um balanço de dezenas de mortos. A Aliança para a Liberdade e a Mudança (ALC), que lidera os protestos, convocou uma grande manifestação para exigir uma transferência de poder aos civis.