George Hilton: indicação foi confirmada pelo Palácio do Planalto em 23 de dezembro (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2014 às 15h38.
Brasília - Indicado para ser o novo ministro do Esporte, o deputado federal George Hilton (PRB-MG) reagiu nesta terça-feira, 30, às críticas que tem recebido desde que seu nome foi confirmado pelo Palácio do Planalto para integrar o primeiro escalão federal no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Em nota oficial, Hilton cita questões "que já foram resolvidas" e considera que os ataques são injustos e que as críticas refletem uma "perseguição implacável" gerada pela luta política.
"Levantaram contra mim questões há muito explicadas, com arquivamento formalizado até mesmo pelo Supremo Tribunal Federal. Com o único objetivo de desgastar minha imagem, mencionam sem os devidos esclarecimentos ações judiciais envolvendo questionamentos sobre o imposto predial e territorial urbano nos quais eu era fiador do contrato. Ou ainda noticiam como escândalo conflitos sobre o recolhimento de impostos que seguem o devido processo legal. Cobram até mesmo a declaração formal de uma empresa desativada", cita a nota do futuro ministro.
O texto menciona, ainda, que "diante dos ataques injustos e da perseguição implacável gerados pela luta política, reafirmo minha disposição em auxiliar a presidenta da República a desenvolver o nosso país com justiça social. E que a sociedade pode esperar de mim os melhores esforços para melhorar a realidade do nosso país por meio do Esporte".
A indicação de George Hilton foi confirmada pelo Palácio do Planalto em 23 de dezembro.
O ministro indicado defende, também, que a indicação dele para um cargo na Esplanada dos Ministérios "vem sendo usada na luta política do nosso país de forma injusta e desleal".
O parlamentar cita que está honrado com o convite e que, prestes ao início do período de quinto mandato parlamentar consecutivo, "tenho honrado meus eleitores com uma atuação firme, porém marcada pelo diálogo aberto, pela moderação política e pela busca constante da convergência".
Histórico
Em 2006, Hilton foi flagrado no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, com R$ 600 mil em dinheiro, em 11 malas.
O parlamentar mineiro justificou-se, dizendo que eram doações de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), da qual é pastor.
O PFL, ao qual o deputado era filiado, porém, o expulsou.
Com a notícia de que Hilton será o novo ministro do Esporte, o episódio de oito anos atrás foi reavivado. Há ainda críticas à troca de comando no ministério a pouco mais de um ano e meio dos Jogos Olímpicos de 2016.
Começaram pressões no PT e na base governista para que a futura nomeação seja revertida.
Em entrevista ao Estado, porém, o presidente do PRB, Marcos Pereira, avisou que, se o convite ao deputado mineiro for cancelado, o PRB irá para a oposição.
Críticas
Ontem, parlamentares da Frente Mista do Esporte viram com preocupação a indicação de George Hilton (MG), líder da bancada do PRB na Câmara dos Deputados, para o Ministério do Esporte no lugar de Aldo Rebelo (PCdoB).
Colegas do deputado na Frente dizem que Hilton nunca trabalhou em defesa de projetos ligados à área e que sua atuação na Casa sempre foi voltada para os interesses da bancada evangélica.
"Soa muito estranho o nome indicado porque, até onde sei, e acompanho o funcionamento do Congresso há 12 anos, não conheço esse vínculo, interesse e contribuição dele para o setor", afirmou o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA).
"O George nunca sequer jogou bolinha de gude", resumiu um parlamentar atuante na área.
Quatro integrantes da frente ouvidos pelo Broadcast Político tiveram dificuldade em se recordar de alguma participação de Hilton na frente ou nos últimos debates promovidos na Casa, por exemplo, para discutir o legado da Copa do Mundo ou a proposta que tratou do refinanciamento da dívida dos clubes de futebol.
George Hilton, líder do PRB na Câmara, não é membro da Comissão do Esporte e, em seu histórico de atuação desde 2007, passou pelas Comissões de Minas e Energia, Relações Exteriores e de Defesa Nacional, Constituição e Justiça, Cultura e Educação.