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Ministro diz que periferia não está nas ruas protestando

Renda de grupos tradicionalmente excluídos, como negros, nordestinos e moradores da periferia, teve aumento muito maior que a dos demais grupos, destacou Neri


	Em palestra no Forte de Copacabana, o ministro apresentou vários dados sobre a queda da desigualdade no período que coincide com os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff
 (Roberto Stuckert Filho/Instituto Lula)

Em palestra no Forte de Copacabana, o ministro apresentou vários dados sobre a queda da desigualdade no período que coincide com os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff (Roberto Stuckert Filho/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2013 às 17h13.

Rio - O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Marcelo Neri, avaliou nesta quinta-feira que "não é a mulher negra de favelas da periferia" que está nas ruas protestando.

Para ele, a forte queda da desigualdade na última década, que beneficiou principalmente os mais pobres do país, estaria provocando uma reação de parte da sociedade: "o pessoal do lado belga da Belíndia talvez tenha razões para não estar satisfeito."

Em palestra no Forte de Copacabana, o ministro apresentou vários dados sobre a queda da desigualdade no período que coincide com os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff.

"A renda dos 10% mais pobres cresceu 550% mais rápido do que a dos 10% mais ricos. Não tenho o perfil dos manifestantes, mas talvez não sejam os mais pobres da sociedade, que foram os beneficiários da última década", disse o pesquisador, que acumula o cargo de ministro interino com a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Neri destacou que a renda de grupos tradicionalmente excluídos no país, como negros, nordestinos e moradores da periferia, teve aumento muito maior que a dos demais grupos.

"Se alguma coisa pode explicar o que está acontecendo é que se fez demais, e não de menos. Talvez não tenha faltado, talvez tenha tido um excesso. A desigualdade ainda é indecente, mas talvez tenha caído a uma taxa muito forte", declarou o ministro, acrescentando que a fotografia social do Brasil "é muito ruim, mas bem menos ruim do que era há dez anos".

Ele disse considerar fundamental saber o perfil das pessoas que estão insatisfeitas, mas concluiu dizendo que "a melhor pesquisa é a eleitoral". "A situação do Brasil, na avaliação da própria população, é boa. Não há uma tragédia grega acontecendo."

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