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Ministro demite técnicos de estudo do clima

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos demitiu dois dos principais responsáveis pelos estudos sobre os impactos das mudanças climáticas na economia


	Ministro Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos: essa não é a primeira vez que Mangabeira Unger é pivô de polêmica na área ambiental
 (Elza Fiúza/Arquivo ABr)

Ministro Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos: essa não é a primeira vez que Mangabeira Unger é pivô de polêmica na área ambiental (Elza Fiúza/Arquivo ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2015 às 21h52.

Brasília - Há menos de um mês no comando da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, o ministro Mangabeira Unger demitiu nesta semana dois dos principais responsáveis pelos estudos sobre os impactos das mudanças climáticas na economia brasileira.

O levantamento, que deve ser entregue em abril, serve de base para as propostas que o País fará para o acordo sobre o clima na Conferência das Partes (COP 21), marcada para Paris, em dezembro deste ano. Mangabeira dispensou os serviços do secretário de Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Margulis, e da diretora de programa Natalie Unterstell. As demissões foram reveladas pelo site Observatório do Clima.

De acordo com a assessoria da secretaria, as mudanças fazem parte "do processo normal de definição de seus colaboradores imediatos pelo novo ministro e não indica qualquer esmorecimento no compromisso com as políticas de sustentabilidade, que sempre ocuparam e continuarão ocupando papel relevante na atuação da pasta". A SAE informou que os cargos permanecem sem substitutos indicados.

Até a reunião de dezembro, os países devem apresentar às Nações Unidas seus planos para enfrentamento das mudanças climáticas.

Essa não é a primeira vez que Mangabeira Unger é pivô de polêmica na área ambiental. A ação do ministro, que ocupou o mesmo cargo no segundo mandato do presidente Lula, foi a gota d’água para o pedido de demissão de Marina Silva, então ministra do Meio Ambiente. Mangabeira manobrou para levar a coordenação do Plano Amazônia Sustentável para a SAE, tirando do Meio Ambiente o programa que era uma das meninas dos olhos de Marina.

A demissão foi vista com "grande preocupação" por Carlos Rittl, secretário-geral do Observatório do Clima, que reúne 35 ONGs. Segundo ele, a dupla estava concluindo o principal estudo já feito no Brasil sobre adaptação às mudanças climáticas.

Os dados preliminares, que seriam publicados em abril, indicavam que, com as mudanças climáticas, a expansão do parque hidrelétrico traria impactos negativos. "O estudo forneceria dados para que o País pudesse repensar seu planejamento de longo prazo", afirmou.

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