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Ministro defende carne brasileira: "não deixarei de consumir"

Maggi disse que os frigoríficos onde foram constatadas as ações criminosas já foram interditados

Blairo Maggi, ministro da Agricultura (Blairo Maggi/Divulgação)

Blairo Maggi, ministro da Agricultura (Blairo Maggi/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de março de 2017 às 16h50.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu hoje (18) em Cuiabá o sistema de inspeção agropecuária brasileiro e disse que a fiscalização é "forte, robusta e séria". Segundo ele, o ministério está tomando todas as providências sobre as denúncias levantadas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, mas não há motivos para a população ter receio de consumir carne.

"O que aconteceu foi desvio de alguns servidores, de algumas empresas, nós temos que discutir como foi que isso aconteceu. Mas eu posso garantir com toda tranquilidade: eu não deixarei de consumir e recomendo que você também não deixe porque não há risco nenhum", afirmou em entrevista repassada pela assessoria de imprensa à Agência Brasil.

Maggi disse que os frigoríficos onde foram constatadas as ações criminosas já foram interditados e que o ministério procura agora saber se é possível que parte da carne contaminada ainda esteja disponível para o consumidor.

"Nós estamos fazendo o acompanhamento de como a operação policial aconteceu, se essa mercadoria ainda está nos frigoríficos, se ela está em trânsito ou se está nos supermercados. Mas penso eu que se essas mercadorias, se essa fiscalização ocorreu há mais de dez dias, muito provavelmente ela não está mais nos supermercados, ela já foi consumida", afirmou.

Reuniões técnicas

Uma das maiores preocupações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é atender aos questionamentos dos compradores de carne brasileira em outros países.

Técnicos da consultoria jurídica e das secretarias de Defesa Agropecuária e de Relações Internacionais da pasta estão reunidos hoje (18) para analisar a decisão judicial de 350 páginas que autorizou a operação e também detalhes como legislação e emissão dos selos de inspeção sanitária (SIFs) para as empresas envolvidas.

A intenção é saber, por exemplo, se as unidades que foram interditadas exportavam carne e para quais países ou se vendiam apenas no mercado interno e em que estados.

Na segunda-feira (20), os consultores jurídicos também irão a Curitiba (PR) buscar informações específicas com a Polícia Federal e visitar as empresas envolvidas para iniciar uma auditoria sobre o assunto.

A intenção é ter acesso, inclusive, aos laudos periciais relacionados à operação para tomar providências em relação às empresas.

Segundo informações da Mapa, em 2016, o Brasil exportou mais de 1 milhão de toneladas de carne bovina. Os principais destinos foram Hong Kong, Egito, China e Rússia.

Também foram exportados cerca de 3,9 milhões de toneladas de carne de frango in natura, cujos principais compradores foram Arábia Saudita, China, Japão, Emirados Árabes Unidos e Hong Kong. No mesmo ano foram abatidas 42,3 milhões de cabeças de suínos para o mercado interno e externo.

Operação Carne Fraca

De acordo com as investigações da Polícia Federal, frigoríficos envolvidos no esquema criminoso "maquiavam" carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para conseguir vendê-las.

As empresas, então, subornavam fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação. A Operação Carne Fraca foi deflagrada ontem (17).

Acompanhe tudo sobre:Operação Carne FracaPolícia Federal

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