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Ministro da Saúde diz que brasileiros não devem temer ebola

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse hoje que o surto do vírus ebola está se expandindo mais rapidamente do que os esforços para controlá-lo


	Arthur Chioro: para ministro, não há recomendação específica nem risco de transmissão global do vírus
 (Elza Fiuza/ Agência Brasil)

Arthur Chioro: para ministro, não há recomendação específica nem risco de transmissão global do vírus (Elza Fiuza/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 13h24.

Brasília - O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse hoje (1º) que os fiscais de vigilância sanitária nos portos, aeroportos e fronteiras do país estão treinados para identificar, caso chegue ao país, qualquer pessoa com suspeita de contágio pelo vírus ebola.

Segundo ele, no entanto, não há recomendação específica nem risco de transmissão global do vírus.

“Queremos insistir: não há recomendação e não há risco de transmissão global, segundo a Organização Mundial da Saúde [OMS]. Por enquanto, não há recomendação de restrição de viagens. Os casos, em sua maioria, se localizam em pequenas localidades rurais”, disse o ministro, ressaltando que os profissionais da área de saúde recebem diariamente os informes com recomendações da OMS, que acompanha não apenas o ebola, mas todas as doenças transmissíveis coletivamente.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse hoje que o surto do vírus ebola está se expandindo mais rapidamente do que os esforços para controlá-lo e que, se a situação piorar, as consequências “podem ser catastróficas”, com risco de propagação para outros países.

A diretora adiantou que alguns países terão que impor restrições de locomoção e para reuniões públicas, dependendo da situação epidemiológica.

Chioro explicou que a epidemia de ebola na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné tem relação com as situações de conflito nesses países, com dificuldade das equipes chegarem aos pacientes e até com tradições culturais desses países, como os rituais fúnebres e outras crenças, como a recusa em lacrar os caixões, o que propicia o contato com secreções de cadáveres.

O ministro disse que os brasileiros que viajam para os países afetados pela epidemia devem seguir todas as recomendações das autoridades locais, mas que não há, por enquanto, nenhuma orientação para a interrupção de viagens ou voos.

“É importante que tomem os cuidados que chamamos de biossegurança: não entrar em contato com secreção, com vômito”, explicou.

Ontem, a OMS anunciou a criação de um fundo de US$ 100 milhões para combater o surto do vírus ebola na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné, que já matou 729 pessoas.

Até ontem, a Guiné já havia registrado 460 casos (336 confirmados, 109 prováveis, 15 suspeitos) e 339 mortes; e a Libéria, 329 casos (100 confirmados, 128 prováveis, 101 suspeitos) e 156 mortes.

A Nigéria teve somente um registro (caso de provável morte pela doença, ainda por confirmar).

Em Serra Leoa, de 533 casos notificados, 473 foram confirmados, 38 considerados prováveis e 22 suspeitos. Houve 233 mortes.

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