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Ministro da Saúde disse torcer para que mulheres peguem zika

O ministro falava sobre os projetos de desenvolvimento de vacina contra o vírus quando veio a gafe


	Marcelo Castro: "Vamos torcer para que mulheres antes de entrar no período fértil peguem a zika, para ficarem imunizadas pelo próprio mosquito"
 (José Cruz/Agência Brasil)

Marcelo Castro: "Vamos torcer para que mulheres antes de entrar no período fértil peguem a zika, para ficarem imunizadas pelo próprio mosquito" (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2016 às 17h24.

São Paulo - Levado ao Ministério da Saúde a fim de acalmar o PMDB, Marcelo Castro vem tendo um início de ano recheado de ‘pérolas’, e provavelmente infelizes.

A mais recente aconteceu nesta quarta-feira (13), quando o ministro tentou brincar com a ideia de economizar dinheiro no combate ao vírus zika, que causa uma epidemia sem precedentes no Brasil.

Ele falava sobre os projetos de desenvolvimento de vacina contra o vírus, quando veio a gafe:

“Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Mas para pessoas em período fértil. E vamos torcer para que mulheres antes de entrar no período fértil peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina”.

O tom jocoso da fala pode soar como uma minimização de uma doença que já circula em 20 Estados e está relacionado ao surto de nascimento de bebês com microcefalia.

Alheios às brincadeiras de Castro, três laboratórios públicos se preparam para iniciar projetos para desenvolvimento de vacinas que protejam contra o zika – Evandro Chagas, Biomanguinhos e Instituto Butantã.

“O projeto é a longo prazo. Não teremos nenhuma resposta antes de, pelo menos, dois anos. Não será uma rede de laboratórios brasileiros. Cada um investirá no desenvolvimento de uma estratégia específica”, afirmou o ministro da Saúde, que está realizando visitas a cada um dos laboratórios envolvidos nas pesquisas pela vacina contra o zika.

“Acreditamos que essa vacina seja mais fácil de ser preparada do que a da dengue, porque envolve apenas um vírus, não quatro subtipos, como ocorre com a dengue. Mais caro será depois da vacina produzida, você distribuir. No caso da zika, a gente tem uma facilidade que é um público alvo”, completou Castro, emendando que é possível que se busque parcerias com Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), para o desenvolvimento da vacina.

Falando em dengue, outra afirmação que gerou algum desconforto foi dada por ele na segunda-feira (11), ao dizer que vacinar todas as pessoas infectadas pela doença com a vacina produzida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur “sairia caro demais”.

Embora não descarte comprar o produto, Castro aposta mais na versão que o Butantã vem desenvolvendo contra a dengue.

“A vacina do Sanofi Pasteur precisa ser aplicada em três doses. A gente já encontra dificuldade para dar uma, é complicado chamar a pessoa para vacinar de novo depois de seis meses (...). Para 10 milhões de pessoas, gastaríamos R$ 3 bilhões. E 10 milhões de pessoas não é nada, temos 200 milhões para vacinar”, ponderou, em declarações reproduzidas pelo jornal O Globo.

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