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Ministro da Justiça diz ter plena confiança na direção da PF

A declaração foi feita um dia após o juiz Sérgio Moro ter tornado públicas escutas telefônicas feitas entre Lula e Dilma


	Eugênio Aragão: a declaração foi feita um dia após o juiz Sérgio Moro ter tornado públicas escutas telefônicas feitas entre Lula e Dilma
 (Agência Brasil)

Eugênio Aragão: a declaração foi feita um dia após o juiz Sérgio Moro ter tornado públicas escutas telefônicas feitas entre Lula e Dilma (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2016 às 13h17.

Brasília - O Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, disse que a atual diretoria da Polícia Federal (PF) tem sua “plena confiança” e que não está nos planos do ministério a substituição do diretor-geral do órgão, Leandro Daiello.

“O Ministério da Justiça informa que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, continua gozando de plena confiança por parte do ministro da Justiça e não há nenhuma decisão sobre a sua substituição”, diz nota divulgada hoje (21) pela assessoria do ministério.

A declaração foi divulgada após a repercussão de uma entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo, na qual o ministro diz que não vai tolerar vazamentos em operações da PF.

Segundo Aragão, a substituição na equipe poderia ocorrer caso fosse identificado “cheiro de vazamento”, mesmo sem a necessidade de provas, uma vez que a PF está sob sua supervisão.

Transmissão de cargo

No discurso de transmissão de cargo, feito no dia 17, Aragão dedicou "uma palavra especial” às corporações que, a seu ver, têm atuado de forma a "manter o seu naco" no Estado.

“Infelizmente, nosso Estado tem, ao longo dos últimos anos, visto uma verdadeira apropriação das instituições por corporações. Corporações não cultivam a alteridade. Corporações cultivam o seu próprio umbigo. Corporações sempre buscam ser melhores do que as outras, mais valiosas do que as outras e, em última análise, o que está nessa arrogância é nada mais do que o ganho econômico, o ganho de prestígio e o ganho de poder”, disse ele.

E prosseguiu: “para sobreviverem e poder manter o seu naco de Estado nas mãos, fazem de tudo. Representam um risco permanente à governabilidade. Não que não possam legitimamente representar os interesses setoriais dos agentes do Estado. Mas elas têm de aprender a viver na alteridade e olhar para as outras instituições do Estado como igualmente legitimadas e igualmente importantes. Sem isso, essas corporações passam a ser um cancro dentro de nós. Desde que atuem com alteridade, nós a honraremos. As que queiram na base da cotovelada descredenciar órgãos do Estado, estas não terão o nosso diálogo”, disse Aragão.

No mesmo discurso, o ministro disse que ninguém no país tem o monopólio da moralidade ou o monopólio da salvação da pátria, e que será papel do governo garantir que as instituições de Estado implementem a igualdade de todos perante a lei.

"Todos queremos o melhor para o país. Mas não existe ninguém neste pais com o monopólio da moralidade ou com o monopólio da salvação da pátria”.

A declaração foi feita um dia após o juiz Sérgio Moro ter tornado públicas escutas telefônicas feitas entre o ex-presidente Lula e diversas autoridades de Estado - entre elas, a presidenta Dilma Rousseff.

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