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Ministro da Defesa vê ofensa grave em fala de Barroso sobre Forças Armadas

Em evento na Alemanha neste domingo, 24, o ministro do STF afirmou que há movimento político com intenção de usar as Forças Armadas para atacar o processo eleitoral no País

Eleições: A nota declara, também, que as Forças Armadas "atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis (Alan Santos/PR/Flickr)

Eleições: A nota declara, também, que as Forças Armadas "atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis (Alan Santos/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2022 às 08h10.

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, publicou uma nota na noite deste domingo, 24, para rebater a declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) Luís Roberto Barroso de que vê as Forças Armadas sendo usadas para desacreditar o sistema eleitoral no Brasil. Oliveira diz que a afirmação é "irresponsável" e "ofensa grave".

"O Ministério da Defesa repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas (as Forças Armadas) teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia", diz a nota do ministro da Defesa.

"Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro", diz o documento assinado por Oliveira. Ainda de acordo com a pasta, a fala do ministro do Supremo "afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições".

A nota declara, também, que as Forças Armadas "atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis" com a finalidade de "aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral".

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Politização de militares

Em evento na Alemanha neste domingo, 24, o ministro do STF afirmou que há movimento político com intenção de usar as Forças Armadas para atacar o processo eleitoral no País. Falando a um grupo de estudantes brasileiros por videoconferência, Barroso defendeu a integridade das urnas eletrônicas e condenou tentativas de politização dos militares. "É preciso ter atenção a esse retrocesso cucaracha de voltar à tradição latino-americana de colocar o Exército envolvido com política. É uma péssima mistura para a democracia e uma péssima mistura para as Forças Armadas", disse o ministro.

Barroso ressalvou, no entanto, que "o profissionalismo e o respeito à Constituição têm prevalecido" nas Forças Armadas. A fala aconteceu durante o Brazil Summit Europe, um evento virtual promovido pela universidade alemã Hertie School, de Berlim.

As declarações de Barroso geraram reação no governo. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Augusto Heleno, disse, em suas redes sociais, que a afirmação de que as Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar o processo eleitoral é "inconsistente e sem fundamento". Segundo eles, elas estariam sendo orientadas a "ajudar a lisura do evento (eleições)".

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