Agência de notícias
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 17h38.
Última atualização em 20 de janeiro de 2025 às 18h01.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta segunda-feira, após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com integrantes do primeiro escalão, que a reforma ministerial poderá ocorrer a qualquer momento. Segundo ele, Lula ainda avalia quais alterações serão feitas.
"O presidente não tomou qualquer decisão sobre reforma, esse assunto não foi pauta [da reunião ministerial]. E o presidente continua refletindo, ele pode mudar qualquer ministro ou ministra a qualquer momento", disse Rui Costa.
Mais cedo, Lula abriu a reunião ministerial com críticas ao desempenho do governo, fazendo cobranças por mais entregas e afirmando que "2026 começou", indicando que o Executivo já se prepara para as próximas eleições.
Rui Costa afirmou que é preciso melhorar a comunicação para que a população tenha a "percepção" das ações e entregas do governo. Para isso, seria necessário "centralizar" as decisões. O auxiliar de Lula também avalia que os indicados de partido da base precisam ajudar a organizar o apoio à gestão, principalmente para enfrentar a oposição.
"Os ministros são agentes políticos, não administrativos. Portanto, ele deseja que os ministros dialoguem muito com suas bancadas e partidos. A oposição começou os ataques com mentiras, notícias falsas, e é preciso que a gente tenha unidade política e articulação política para poder responder politicamente", disse Rui Costa.
Lula também deu uma bronca indireta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que "nenhum ministro" vai poder fazer portaria "que depois arrebente na Presidência da República", em referência à crise do Pix.
O presidente disse que torce pela gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que toma posse nesta segunda-feira, e que espera manter uma boa relação com o país.
Lula disse ainda que o governo não entregou "tudo o que foi prometido para o povo" na campanha de 2022. Orientou os ministros a não "inventarem" mais nada e disse que o governo não tem o direito de errar. Em meio às discussões sobre reforma ministerial, Lula também disse que chamará ministros para conversas individuais:
"A entrega que fizemos para o povo ainda não foi a entrega que nos comprometemos a fazer em 2022. Muitas das coisas que nós plantamos ainda não brotaram e não nasceram. Daqui para a frente, a gente não pode mais inventar nada. (...) Nós não podemos falhar e não temos o direito de falhar. É importante que vocês reflitam porque depois vou chamar muitos, individualmente, para conversar", declarou Lula.
O presidente seguiu falando que "2025 é o grande ano da colheita" e que "2026 já começou". Aos auxiliares, Lula disse que nesta reunião será definido o que "concretamente" será feito em 2025, disse que é preciso ter "certeza" do que será entregue até dezembro. Lula também pontuou que a oposição já está em campanha:
"O que eu quero dizer para vocês é que 2026 já começou. Porque temos de trabalhar, porque temos de capinar, porque temos de tirar todos os carrapichos que tiver nas plantas que nós plantamos. Mas pelos adversários, a eleição do ano que vem já começou. É só ver o que vocês assistem na internet para vocês perceberem que eles já estão em campanha. E nós não podemos antecipar a campanha porque nós temos de trabalhar".