"Não tivemos nenhuma fraude, nenhum indício que pudesse arranhar a seriedade do Enem", disse Mercadante (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2012 às 09h19.
Brasília - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comemorou o fato de não haver indícios de fraude na edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), encerrado no domingo (04). Ele disse que a presidente Dilma Rousseff foi informada no começo da tarde de que, diferentemente dos anos anteriores, o exame ocorreu sem problemas de segurança.
"Não tivemos nenhuma fraude, nenhum indício que pudesse arranhar a seriedade do Enem", disse Mercadante, ao fazer um balanço dos dois dias da prova. "O exame aconteceu como quase tudo que estávamos prevendo, só o caso da Pamela que não", acrescentou, referindo-se à candidata que deu à luz no banheiro de uma escola no Mato Grosso do Sul, pouco antes do exame. Segundo o ministro, "o governo aprendeu com as experiências anteriores".
Mercadante prometeu dar nova chance de fazer o exame para candidatos que não puderam terminar o Enem por causa de incidentes isolados na Bahia, no Acre e no Mato Grosso do Sul, lamentou os 65 alunos eliminados por postar fotos da prova durante o exame e disse que vai buscar uma solução jurídica para punir o internauta quem usou a rede social para disseminar boato do cancelamento do Enem, no sábado (03).
Os estudantes prejudicados pela chuva, que NO DOMINGO (04) não terminaram o exame, serão autorizados a fazer nova prova. "Em cinco cidades tivemos problemas. A situação que nos preocupa é Amargosa, na Bahia, onde a escola foi destelhada. Os alunos poderão fazer nova prova em dezembro, assim como a Pamela (que deu à luz) e os candidatos sabatistas de Rio Branco, no Acre, que sofreram com falta de energia na noite de sábado", afirmou. Estudantes deficientes visuais que tiveram problema para fazer a prova no Rio de Janeiro também serão autorizados a fazer outro exame, acrescentou.
Comissão
De acordo com o ministro, uma comissão vai decidir sobre a anulação de questões do Enem consideradas problemáticas por especialistas. Professores de cursinhos ouvidos pelo Estado fizeram reparos a cinco questões das provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, anteontem. "Estamos seguros da capacidade das pessoas que elaboraram as provas", disse.
Mercadante relatou casos curiosos ocorridos durante as provas, como no Mato Grosso, onde a polícia quis entrar no local de prova para cumprir mandado de prisão contra um estudante. "Não deixamos entrar", disse o ministro. Os policiais tiveram de aguardar do lado de fora.
Redes sociais
Sobre os boatos de cancelamento da prova divulgados no sábado (03) de manhã por um internauta no twitter, o ministro advertiu: "Vamos avaliar juridicamente a questão, ver se é possível enquadrar na lei que prevê punição contra ato de concurso público. É preciso aprimorar a legislação dos concursos."
Ele acrescentou que a origem do problema foi em Campinas (SP) e que a Polícia Federal está investigando. O internauta @gui_panga postou às 10h08 de sábado que o exame havia sido cancelado. A repercussão foi imediata e o post chegou a figurar entre os mais acessados da rede social. Após desmentir a informação, o Ministério da Educação mobilizou a PF. No domingo (04), o perfil do internauta foi apagado do twitter.
Mercadante também falou sobre outro problema envolvendo as redes sociais - a eliminação de 65 candidatos que postaram na internet fotos dos cadernos de questões durante a prova. "Tivemos 37 casos no sábado e 28 hoje (ontem) de jovens que utilizaram instrumento eletrônico para postar mensagem durante a prova. Perderam oportunidade. Infelizmente, foram prejudicados. A seriedade tem de ser compartilhada", disse.