Empregos: perspectiva do governo é de fechar o ano com a criação de 2 milhões de postos de trabalho (Paulo Whitaker/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 9 de maio de 2018 às 16h43.
Apesar de o mercado financeiro ter reduzido novamente a projeção para o crescimento da economia este ano, passando a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,75% para 2,70%, de acordo com o mais recente boletim Focus do Banco Central, o ministro do Trabalho, Helton Yomura, disse estar otimista quanto ao aumento das contratações este ano.
"Recebemos essa notícia a respeito do desenvolvimento da atividade econômica para este ano, 2018. Isso certamente vai impactar na geração de empregos, mas nós continuamos otimistas com relação a nós termos um Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados] positivo durante todo o ano de 2018. Esperamos que esse movimento seja debelado com as exportações brasileiras, com as atividades naquilo que o Brasil é forte, como o agronegócio, e que esse cenário internacional, essas notícias ruins, não impactem tanto na economia brasileira e na geração de empregos".
O ministro conversou com a Agência Brasil após participar, hoje (9), no Rio de Janeiro, do evento Modernização nas Contratações de Trabalho, promovido pela Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem). Yomura destacou a importância das contratações temporárias e outras modalidades permitidas após a reforma trabalhista para a melhoria nos números do emprego.
Para Helton Yomura, o acréscimo de empregos apontado pelos resultados positivos do Caged nos três primeiros meses do ano é resultado de novas modalidades de emprego formalizadas pela reforma trabalhista.
"Sinal de que o mercado absorveu bem essa tendência, por exemplo, do trabalho de tempo parcial e intermitente, e já estão utilizando eles em vários ramos da economia. Fiz referência à construção civil, varejo de gêneros alimentícios, gastronomia, hotelaria e tantos outros que têm utilizado essas modalidades para desenvolver sua vida empresarial", afirmou.
A perspectiva do governo é de fechar o ano com a criação de 2 milhões de postos de trabalho. De acordo com o Ministério do Trabalho, em março houve crescimento de 0,15% em relação ao saldo de fevereiro. Mas os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que houve crescimento no desemprego no primeiro trimestre do ano, atingindo 13,1%.
No evento, a Asserttem divulgou alguns dados do trabalho temporário no país. Para o Dia das Mães, a estimativa é de aumento de 10% em contratações temporárias, na comparação com o ano passado, nas áreas industriais, estoque, logística e atendimento final no comércio. A expectativa é que 15% desses trabalhadores consigam ser efetivados na vaga.
No início do ano, foram criados em janeiro e fevereiro, 198 mil postos de trabalho temporário no país, uma alta de 38% na comparação com o mesmo período de 2017, segundo dados da Asserttem e da Caixa Econômica Federal.
No ano passado, o crescimento foi de 10%, com a geração de 1 milhão de vagas. Em abril do ano passado, logo após a aprovação da Lei 13.429/17, que alterou a Lei 6.019,/74, que trata de trabalho temporário, houve aumento de 38% na modalidade.
Para o ministro, o trabalho temporário "sempre foi muito discriminado" e havia insegurança jurídica nessa modalidade de contratação. Porém, a reforma trabalhista "aperfeiçoou" esse tipo de contrato.
"Esse novo modelo que as empresas estão discutindo hoje é de extrema importância, porque as empresas de trabalho temporário tem expertise no recrutamento, no treinamento do profissional, e já entrega pronto para o tomador de serviço, que tem um curto espaço de tempo. Às vezes, quer usar o trabalho temporário para uma venda de final de ano ou uma determinada estação do ano onde tem uma maior geração de negócio. Então ele não tem tempo de capacitar o trabalhador, ele já quer o trabalhador pronto. E as empresas de trabalho temporário têm total possibilidade de fazer isso".