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Ministério Público denuncia sete por ataque a ônibus

O Ministério Público também instaurou procedimento solicitando a decretação da internação provisória dos quatro adolescentes que participaram do ataque


	Penitenciário de Pedrinhas: segundo o Ministério Público, denunciados decidiram organizar ataque após receber ordem de dentro do Complexo Penitenciário
 (Montelles/Divulgação/SEJAP)

Penitenciário de Pedrinhas: segundo o Ministério Público, denunciados decidiram organizar ataque após receber ordem de dentro do Complexo Penitenciário (Montelles/Divulgação/SEJAP)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 20h30.

Brasília – O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) ofereceu hoje (20) denúncia contra sete acusados de organizar e participar do ataque a um ônibus no dia 3 de janeiro, em São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís – o veículo foi incendiado e cinco pessoas ficaram feridas. Uma delas, a menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos, teve queimaduras em 95% do corpo e morreu dois dias depois.

Na denúncia, a titular da 1ª Promotoria de Justiça de São José de Ribamar, Geraulides Mendonça Castro, destaca que as lesões provocadas pelo fogo em Ana Clara causaram grande sofrimento na vítima e, mesmo assim, nenhum dos denunciados desistiu de consumar o crime ou tentou minimizar o sofrimento da garota ou das outras vítimas.

Foram denunciados Jorge Henrique Amorim Santos (Dragão), Wlderley Moraes (Paiakan), Hilton John Alves Araújo (Praguinha), Giheliton de Jesus Santos Silva (Gil), Samuel Rodrigues Alves (Anel), Thallyson Vitor Santos Pinto e Larravadiere Silva Rodrigues de Sousa Júnior (Júnior Black).

Além do homicídio de Ana Clara, os acusados responderão pela tentativa de homicídio de Lohanny Beatriz Santos Costa e Juliane Carvalho Santos, irmã e mãe de Ana Clara, respectivamente, e de Abianci Silva dos Santos e Márcio Ronney da Cruz Nunes, que também estavam no ônibus e foram queimadas.

De acordo com o Ministério Público, os denunciados decidiram organizar o ataque após receber uma ordem de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, pela facção criminosa "Bonde dos 40". Em seguida, houve uma reunião entre os denunciados para divisão das tarefas. Um deles entrou no ônibus e ameaçou o motorista com um revólver, forçando a parada do veículo. Em seguida, os demais acusados – entre os quais havia adolescentes –, que estavam escondidos, atearam fogo no ônibus e ameaçaram os passageiros.

O Ministério Público também instaurou procedimento solicitando a decretação da internação provisória dos quatro adolescentes que participaram do ataque. Segundo o MP-MA, os adolescentes integram a organização criminosa "Bonde dos 40".

Não foram denunciados pelo Ministério Público Sansão dos Santos Sales e Julian Jeferson Sousa da Silva, por não ter sido identificada qualquer participação deles nos crimes. A Promotoria de Justiça pediu a liberdade imediata dos dois, que tinham sido presos preventivamente após o atentado.

Como medida para contornar a crise no sistema penitenciário do estado, o governo do Maranhão iniciou hoje a transferência de detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas para presídios federais de segurança máxima. Com a crise, os agentes penitenciários do Maranhão ameaçam iniciar uma greve na próxima semana. Uma assembleia geral foi convocada para a tarde da próxima quarta-feira (22).

Maior estabelecimento prisional do estado, Pedrinhas abriga 2.200 detentos em 1.700 vagas. De acordo com relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), só no ano passado, 60 detentos sob custódia do estado foram assassinados no interior do complexo.

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