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Ministério Público apura improbidade de 17 coronéis da PM

Investigação começa quase dois meses depois de vir à tona uma carta em que investigado levanta suspeitas contra colegas

Coronel Álvaro Camilo, hoje deputado estadual (PSD), está entre os acusados. (Omar Paixão/Divulgação)

Coronel Álvaro Camilo, hoje deputado estadual (PSD), está entre os acusados. (Omar Paixão/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de novembro de 2017 às 11h14.

São Paulo - O Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo abriu inquérito civil para investigar "fortes indícios" de atos de improbidade administrativa por parte de 17 coronéis, um tenente-coronel e um capitão da Polícia Militar. A investigação, de âmbito civil, começa quase dois meses depois de vir à tona uma carta em que o tenente-coronel investigado, José Afonso Adriano Filho, levanta suspeitas contra colegas que atuaram no comando da corporação.

Entre os investigados estão o ex-comandante-geral da PM coronel Álvaro Camilo, hoje deputado estadual (PSD), e o juiz coronel do Tribunal de Justiça Militar Orlando Eduardo Geraldi. Os envolvidos negam ter praticado quaisquer crimes.

O inquérito foi instaurado pela 5.ª Promotoria do Patrimônio Público da capital por informações levantadas pela carta do tenente-coronel Adriano. O caso ficou conhecido como Lava Jato da PM pela proporção das acusações contra a cúpula que administrou a corporação entre 2005 e 2012. O desvio é estimado em R$ 200 milhões.

Na portaria em que instaura o inquérito, o promotor Nelson Luís Andrade diz que as informações de Adriano caracterizam "fortes indícios de atos de improbidade administrativa".

Andrade relata ter pedido à Corregedoria da PM informações sobre suspeitas contra Adriano e colegas no suposto esquema. O promotor recebeu do órgão uma lista de 22 inquéritos policiais-militares (IPMs) instaurados entre 2015 e este ano em que há suspeita de crimes.

A investigação se concentra na contratação pelo comando de empresas de informática, manutenção de viaturas e material de construção. Apesar de haver outros indiciados, só Adriano figura como denunciado por crimes relacionados aos IPMs.

Adriano foi detido em março pela Corregedoria, que identificou desvio de R$ 7 milhões na relação do oficial com uma empresa de fachada de que o próprio tenente-coronel seria dono, a Construworld. O esquema teria se repetido com outras 20 empresas. Ele resolveu, então, escrever uma carta em que direciona perguntas a coronéis que participaram da administração da PM, indicando que teriam se beneficiado. Ele agora negocia delação premiada com o MPE.

Desdobramentos. O Tribunal de Justiça Militar disse esperar posição do MPE, "a quem compete a investigação". Procurada pelo Estado para saber sobre os desdobramentos do caso, a Corregedoria da PM disse que a apuração corre sob sigilo.

O Coronel Camilo disse ter tomado conhecimento do inquérito civil pela reportagem e disse que, ao saber de supostas irregularidades, determinou a "imediata apuração" do caso e afastou o tenente-coronel das funções. Para ele, "o ex-PM tenta agora criar ilações para obter vantagens no processo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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