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Ministério do Turismo: Freixo na pasta perde força após PSD indicar aliado de Eduardo Paes

Pedro Paulo vira favorito para a pasta, enquanto escolha afasta deputado federal que concorreu com apoio de Lula ao governo do Rio neste ano

Marcelo Freixo (PSB): deputado federal pode perder posto de favorito para a pasta com indicação do PSD (Valter Campanato/Agência Brasil)

Marcelo Freixo (PSB): deputado federal pode perder posto de favorito para a pasta com indicação do PSD (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Agência O Globo

Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 07h35.

Última atualização em 15 de dezembro de 2022 às 07h35.

A bancada do PSD na Câmara endossou a indicação do deputado Pedro Paulo, ex-secretário municipal de Fazenda do Rio e aliado do prefeito Eduardo Paes, para assumir o Ministério do Turismo no governo Lula. A movimentação, com aval de Paes, pode fechar um espaço almejado pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSB), que concorreu com apoio de Lula ao governo do Rio neste ano e é um possível concorrente na disputa pela prefeitura da capital em 2024.

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Segundo o deputado federal Antonio Brito (PSD-BA), que coordena a participação do PSD na transição de governo junto ao senador Otto Alencar (PSD-BA), a indicação de Pedro Paulo à pasta do Turismo foi endossada de forma unânime pela bancada do partido, e independe de articulações envolvendo a presença da sigla em outros ministérios.

Os senadores Alexandre Silveira (MG) e Carlos Fávaro (MT), também cotados para compor o governo, dependerão de articulação envolvendo a bancada do partido no Senado. Brito, no entanto, frisou que ainda não há convite formal de Lula:

— Ele (Pedro Paulo) é um quadro qualificado, tem apoio da bancada e foi o nome levado à transição. Falta que seja formalizado um convite.

Interlocutores de Paes avaliam que a indicação de Pedro Paulo, ainda que não faça parte de uma cota pessoal como retribuição do apoio dado a Lula no segundo turno presidencial, passou por articulações do prefeito do Rio com o PT, que deverá ganhar cargos na administração municipal.

Aliado próximo de Paes, e cotado para concorrer como vice em sua chapa à reeleição em 2024, Pedro Paulo se reelegeu deputado federal. Sua ida para um ministério pode abrir espaço a um suplente do PSD na Câmara, entre nomes como Marcelo Calero e Renan Ferreirinha, também ex-secretários da prefeitura e próximos a Paes.

A participação do PSD e o apoio de Paes a Lula no segundo turno tiveram o aval do presidente da sigla, Gilberto Kassab, que assumirá a pasta de Governo na gestão de Tarcísio de Freitas em São Paulo. Um dos desdobramentos, caso o PSD emplaque Pedro Paulo no Turismo, é a ausência de Freixo dos ministérios de Lula.

A aliados, Freixo já reconheceu a possibilidade de o PSD ter um nome do Rio no governo Lula, fechando um espaço que pretendia ocupar. Atualmente no PSB e com seu mandato de deputado federal terminando, Freixo buscou se posicionar para um posto na Esplanada dos Ministérios e participou do gabinete de transição na área do Turismo.

Para encaminhar um espaço a Pedro Paulo no Turismo, interlocutores de Paes levantaram a possibilidade de que o prefeito convidasse Freixo para compor seu secretariado, mas a sugestão não prosperou. Procurado, Pedro Paulo não respondeu os contatos.

Freixo, que tentou aliança com Paes contra o governador reeleito Cláudio Castro (PL), não chegou a um acordo com o prefeito, que apoiou Rodrigo Neves (PDT). Para disputar a reeleição, Paes considera provável ter um adversário bolsonarista e busca assegurar o apoio de Lula. Nas últimas semanas, Freixo, cuja atuação é ligada aos direitos humanos e à segurança, vem tratando em entrevistas da relevância do turismo para a economia brasileira e para o posicionamento internacional do país.

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