Brasil

Ministério da Saúde lança plano nacional contra tuberculose

A meta é chegar, até 2035, a menos de dez casos da doença por cem mil habitantes

Tuberculose: o plano define os indicadores utilizados para monitorar as ações feitas por estados e municípios na rede de atenção à saúde (Spencer Platt/Getty Images/Getty Images)

Tuberculose: o plano define os indicadores utilizados para monitorar as ações feitas por estados e municípios na rede de atenção à saúde (Spencer Platt/Getty Images/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 23 de março de 2017 às 18h32.

O Ministério da Saúde lança nesta quinta-feira (23) o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, com ações para reduzir a incidência da doença na população.

Atualmente, a doença atinge 32,4 pessoas por cem mil habitantes no Brasil.

A meta é chegar, até 2035, a menos de dez casos por cem mil habitantes.

A medida ratifica o compromisso do país com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e marca o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado anualmente em 24 de março.

O plano define os indicadores utilizados para monitorar as ações feitas por estados e municípios na rede de atenção à saúde.

Dividido em três pilares: prevenção e cuidado integrado e centrado no paciente; políticas públicas arrojadas e sistema de apoio; e intensificação de pesquisa e inovação, o objetivo do plano é diagnosticar precocemente a doença e garantir o tratamento contínuo, diminuindo o abandono antes do período recomendado, que é de no mínimo seis meses.

De acordo com a pasta, o controle da doença passará a ser feito com base em indicadores relacionados à detecção, ao diagnóstico, à coinfecção TB-HIV, à conclusão do tratamento e aos casos de tuberculose latente, sensível e drogarresistente.

Campanha

Para sensibilizar a população sobre a doença, o ministério veicula até o dia 30 a campanha Todos Juntos contra a Tuberculose.

O alerta mostra a importância de aderir e completar o tratamento contra a doença, que tem duração de pelo menos seis meses.

A campanha enfatiza que a responsabilidade do tratamento deve ser compartilhada por paciente, equipe de saúde, família e amigos.

O principal sintoma da tuberculose é a tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro.

Qualquer pessoa com esse sintoma deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico.

Estão mais vulneráveis à tuberculose indígenas, população privada de liberdade, população em situação de rua - estes devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às condições específicas de vida -; além das pessoas vivendo com o vírus HIV.

Segundo o Ministério da Saúde, dentre as pessoas com diagnóstico confirmado de tuberculose, 9,7% apresentaram coinfecção por HIV em 2015.

Em 2016, foram registrados 66,7 mil casos novos e 12,8 mil casos de retratamento de tuberculose no Brasil.

No período de 2007 a 2016, o coeficiente de incidência da doença apresentou uma variação média anual de -1,7%, passando de 37,90/100 mil habitantes em 2007 para 32,4/100 mil habitantes em 2016. A redução da incidência nos dez anos foi de 14,1%.

O coeficiente de mortalidade por tuberculose apresentou redução de 15,4%, passando de 2,6/100 mil habitantes em 2006 para 2,2/100 mil habitantes em 2015.

O Brasil registrou 4,5 mil óbitos por tuberculose em 2015. Os estados do Rio de Janeiro (5/100 mil habitantes), de Pernambuco (4,5/100 mil habitantes), do Amazonas (3,2/100 mil habitantes) e do Pará (2,6/100 mil habitantes) apresentaram os maiores riscos para morte por tuberculose.

Segundo a OMS, em 2015, a tuberculose foi uma das dez principais causas de morte em todo mundo e pode ter matado mais de 1,8 milhão de pessoas.

Seis países foram responsáveis por 60% de todos os novos casos em 2015: Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.

Em 2014, o Ministério da Saúde implantou no país uma rede de diagnóstico da doença, denominada Rede de Teste Rápido para Tuberculose (RTR-TB), que detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, um dos principais medicamentos usado no tratamento.

Para este ano, está prevista a distribuição de 70 novos equipamentos, com capacidade para fazer, inicialmente, 250 mil testes.

Os equipamentos serão distribuídos de acordo com critérios técnicos e operacionais para municípios brasileiros.

Com a medida, o percentual de diagnóstico da doença com o teste será ampliado para cerca de 75% de cobertura de casos novos.

Acompanhe tudo sobre:Ministério da SaúdeOMS (Organização Mundial da Saúde)Tuberculose

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas