Teste do novo coronavírus: 1,5 milhão dos 5 milhões de testes doados pela Vale já chegaram ao Brasil (Pedro Vilela / Correspondente/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2020 às 15h41.
Última atualização em 10 de abril de 2020 às 15h44.
O Ministério da Saúde informou em nota na tarde desta sexta-feira, 10, que começará a distribuir na próxima semana mais de 1 milhão de testes para estados e municípios, pesquisas e estoque de emergência.
Os testes são os chamados "testes rápidos", que não exigem uma análise laboratorial complexa e cujos resultados saem em poucos minutos. Os equipamentos fazem parte de uma carga que chegou à pasta na quinta-feira, 9, doada pela mineradora Vale.
Desta remessa, 570.000 testes irão para estados e municípios, 180.000 para uso em pesquisas e 247.000 para o estoque estratégico do Ministério da Saúde, diz a pasta.
Outros 50.000 testes a ser distribuídos a partir da próxima semana são do tipo RT-PCR, o chamado "teste de biologia molecular", que é mais preciso, porém, mais demorado e que demanda uma equipe especializada para análise dos resultados.
O Ministério afirmou que, até agora, já foram distribuídos quase 1 milhão de outros testes a estados e municípios. Foram mais de 451.400 testes RT-PCR e 500.000 testes rápidos.
Dos testes RT-PCR usados até agora no Brasil, mais de 100.000 vieram do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de 45.000 do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e mais de 300.000 vieram de doações da Petrobrás. Já os 500.000 testes rápidos distribuídos vieram também de uma primeira remessa das doações da Vale.
Os testes vêm sendo entregues pela Saúde a Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) de todo o país, além dos laboratórios de referência nacional.
A partir de agora, os testes distribuídos no Brasil e no mundo devem ser cada vez mais do tipo rápido. Os testes RT-PCR foram os primeiros usados no diagnóstico do coronavírus no Brasil, até que os testes rápidos fossem aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Contudo, apesar de mais precisos, seus resultados demoram mais a sair e não é possível testar toda a população somente com esse tipo de teste.
Além da falta de kits para realização do teste, uma vez feito o exame, há ainda o desafio de esperar a análise, que precisa ser feita por uma equipe laboratorial. Só em São Paulo, há 30.000 exames já feitos à espera de análise laboratorial para conclusão do resultado, segundo boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde do estado, com dados atualizados até 8 de abril.
Ao todo, a Vale doou 5 milhões de testes rápidos. Novas remessas devem continuar chegando ao ministério da Saúde nas próximas semanas. A Vale informou que os testes vêm de um fornecedor na China, de onde vem também boa parte dos demais testes rápidos em utilização no Brasil.