Carlos da Costa, secretário de produtividade do Ministério da Economia, participa de reuniões com investidores nos EUA (José Dias/PR / Palácio do Planalto/Divulgação)
Carla Aranha
Publicado em 30 de setembro de 2021 às 15h46.
Com a volta das viagens internacionais, representantes dos ministérios da Economia e das Comunicações embarcaram aos Estados Unidos para uma série de reuniões com bancos como o HSBC e Bank of America, além de fundos de investimento, em Nova York. O objetivo é apresentar projetos com potencial de atrair capital privado e detalhar marcos regulatórios, como o do saneamento, que abriram mercado à iniciativa privada, conforme apurou EXAME.
Os setores que mais têm gerado interesse são o de telecomunicações, com o leilão do 5G (programado para novembro), de infraestrutura de transportes, saneamento e indústria.
Com o marco regulatório do saneamento, aprovado no ano passado, uma série de leilões de companhias estaduais de água e esgoto começou a ser realizada. Até o final do ano, estão previstas pelo menos mais seis concessões, no Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Sul, que juntas devem movimentar 16,4 bilhões de reais. Em abril, o leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) arrecadou 22,6 bilhões de reais, superando a expectativa inicial em 114%.
“A indústria, com crescimento de mais de 10% no primeiro semestre, também tem despertado interesse dos estrangeiros principalmente no que diz respeito à oferta de crédito”, diz Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia. “Está no radar inclusive a indústria de porte médio”.
Leilão do 5G
O ministro Fábio Faria também viajou a Nova York para participar de uma agenda com investidores, organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Embaixada do Brasil.
No domingo, 3, Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura, deve desembarcar em Nova York para encontros com fundos de investimento como o Lazard, com um portfolio de 8,3 bilhões de dólares em infraestrutura, BlackRock, GIP e Macquarie, que vem investindo no Brasil recentemente. O objetivo é apresentar os grandes projetos de infraestrutura e pavimentar o caminho para a captação de investimentos para as superconcessões com data marcada entre o final de outubro e novembro, que devem atrair 23 bilhões de reais.