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Minha Casa, Minha Vida: o que muda para a classe média a partir de maio, segundo Jader Filho

A expectativa é que 240 mil unidades habitacionais sejam contratadas na nova faixa até 2026

Condomínio do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Guadalupe, zona norte do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Condomínio do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Guadalupe, zona norte do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 5 de abril de 2025 às 08h37.

O governo federal anunciou nesta semana novas alterações no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para atender as famílias de classe média. Em entrevista exclusiva à EXAME, o ministro das Cidades, Jader Filho, responsável pela coordenação do programa, destaca cinco pontos essenciais para a população se informar sobre a nova faixa e outras mudanças do programa.

A expectativa é que 240 mil unidades habitacionais sejam contratadas nessa faixa até 2026, o que faz parte de um total de 3 milhões de unidades previstas para serem entregues ao fim do mandato do governo.

Novas faixas de financiamento e redução das taxas

A principal mudança é a criação de uma nova faixa de financiamento, voltada para famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.

Nessa nova faixa, as famílias poderão financiar imóveis de até R$ 500 mil, um aumento significativo em relação ao limite anterior de R$ 350 mil.

Além disso, as taxas de juros serão reduzidas de 11,5% para 10,5% ao ano, uma medida que visa tornar o financiamento mais acessível para a classe média. A contratação de imóveis para a nova faixa começará a partir de maio, segundo o ministro.

Ajustes na Faixa 3 e limite de imóveis

A Faixa 3, que atende famílias com renda entre R$ 4.400 e R$ 8 mil, também se beneficiará da alteração.

Assim como na Faixa 4, as famílias poderão financiar imóveis de até R$ 500 mil, o que amplia as opções para este público.

O ministro destaca que a alteração visa garantir que mais famílias tenham acesso à casa própria, mesmo em uma faixa de renda intermediária.

Flexibilização no financiamento de imóveis usados

O governo também estuda flexibilizar as limitações de financiamento para imóveis usados. Em 2024, houve um ajuste no programa, limitando o financiamento de imóveis usados, para priorizar a construção de imóveis novos.

O ministro indicou que, para 2025, o governo está considerando a revisão dessas restrições, especialmente em regiões onde a demanda por imóveis usados não é tão alta.

Com a nova faixa de financiamento, o governo espera aumentar a contratação de imóveis e gerar um impacto econômico significativo, especialmente no setor da construção civil, que tem sido um dos principais motores do crescimento nos últimos anos.

Expectativa de investimentos e novos programas

Além das mudanças no financiamento, Jader Filho disse que o governo prepara novos programas voltados para a melhoria da qualidade das moradias.

Em breve, o governo deve lançar uma iniciativa para financiar reformas em imóveis, com foco na construção de banheiros e melhorias em infraestrutura básica. A EXAME antecipou a informação em março.

A meta do governo é garantir que todas as famílias, especialmente as de áreas carentes, possam ter acesso a condições mínimas de habitabilidade.

Segundo o ministro, o impacto do programa Minha Casa, Minha Vida na economia é claro. Nos últimos anos, o setor de construção civil foi responsável por 54% dos lançamentos imobiliários no Brasil, com um crescimento de PIB setorial que superou a média nacional.

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