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Minas Gerais já tem 25 mortes por febre amarela

Outros 46 óbitos suspeitos ainda são investigados, no pior surto de febre amarela da história do estado

Aedes Aegipty. transmissor da dengue e zika (Reprodução/Reprodução)

Aedes Aegipty. transmissor da dengue e zika (Reprodução/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de janeiro de 2017 às 11h24.

Belo Horizonte - O número de mortes confirmadas por febre amarela em Minas Gerais subiu para 25, segundo boletim divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde. Outros 46 óbitos suspeitos ainda são investigados. No pior surto da história do Estado, já são 272 casos suspeitos em 38 municípios - 47 confirmados.

Até anteontem, a pasta registrava 23 mortes e 34 casos confirmados. Por segurança, o governo também decidiu fechar, temporariamente, os parques do Rio Doce e da Serra do Brigadeiro, no sudoeste do Estado, nas áreas de contágio, a cerca de 250 quilômetros de Belo Horizonte. A ideia é evitar o contato de visitantes com mosquitos.

No Espírito Santo, o número de casos suspeitos subiu ontem para 11, segundo o governo capixaba - o último balanço do Ministério da Saúde, anteontem, era de 8 casos. Nenhum foi confirmado. Após receber 500 mil doses de vacina nesta semana, o Espírito Santo pediu ao governo federal outras 500 mil doses.

Drama

Uma das vítimas da febre amarela em Minas, o serralheiro Silvano Rosemberg Schirmer, de 57 anos, foi enterrado ontem em Ladainha, no Vale do Mucuri, a 515 quilômetros de Belo Horizonte. Apesar de serralheiro, Schirmer vinha fazendo bicos como trabalhador rural e tinha por hábito pescar em um rio que corta a região. Segundo seu sobrinho, Silvano de Oliveira, o tio chegou a tomar a vacina contra a doença. Mas a imunização só veio após ter sido contaminado, conforme suspeita a família.

"Há uns dez dias ele, depois de voltar da zona rural, contou ter encontrado um macaco morto no caminho. Prometeu que iria ao posto de saúde tomar a vacina e foi. Mas estava muito cheio e não quis esperar", conta o parente, de 38 anos, administrador de um sítio na região.

Depois, ele passou a reclamar de dores de cabeça. "Tomou a vacina, mas acho que já era tarde demais", acrescentou Oliveira. Schirmer morreu em Teófilo Otoni, para onde foi transferido quando ficou com provado o quadro de febre amarela.

Divorciado, ele deixa uma filha. O sobrinho correu para se precaver. "Eu mesmo não sei onde coloquei o meu cartão de vacinação, mas fui ao posto e já estou imunizado", diz. Com cerca de 17 mil habitantes, Ladainha tem o maior número de mortes confirmadas em Minas: oito, quase um terço das 25 no Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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