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Mina da Braskem: equipamento que monitora deslocamento só terá dados após 10 dias de uso

Em nota, a prefeitura disse que o monitoramento das demais minas segue ativo e que seus respectivos equipamentos apresentam, até o momento, situação de normalidade

Mina da Braskem: Após 24h de calibração do aparelho foi iniciado o envio de dados à Defesa Civil (Prefeitura de Maceió/Reprodução)

Mina da Braskem: Após 24h de calibração do aparelho foi iniciado o envio de dados à Defesa Civil (Prefeitura de Maceió/Reprodução)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 14 de dezembro de 2023 às 10h29.

Última atualização em 14 de dezembro de 2023 às 10h34.

A prefeitura de Maceió informou que o novo equipamento instalado nas proximidades da mina 18, no bairro Mutange, na última segunda-feira, 11, só começará a fornecer dados consistentes sobre o deslocamento do solo após 10 dias de uso, ou seja, na próxima quinta-feira. Enquanto isso, a Defesa Civil não conseguirá medir com precisão a velocidade com que a mina, que segue com risco de colapso, tem se deslocado.

Após 24h de calibração do aparelho foi iniciado o envio de dados à Defesa Civil. Contudo, as informações ainda são imprecisas.

— Somente após esses dez dias conseguiremos ter uma análise mais precisa, pois todo o nosso monitoramento na região afetada, assim como na região das minas, depende da consistência e persistência dos dados. Temos a responsabilidade de fazer análises cuidadosas para não emitir informações equivocadas — explica o coordenador-geral do órgão, Abelardo Nobre.

A Braskem, empresa mineradora responsável pela exploração na área, informou que instalou, nesta segunda-feira, o novo sensor para medição de movimentação do solo. Desde o início da tarde de domingo, quando houve um primeiro rompimento no local, a companhia e a Defesa Civil do município ficaram completamente às escuras em relação ao monitoramento da velocidade de afundamento da terra. O aparelho DGPS (Differential Global Positioning System) foi instalado e, segundo a empresa, está funcionando e em fase final de calibração.

Em nota, a prefeitura disse que o monitoramento das demais minas segue ativo e que seus respectivos equipamentos apresentam, até o momento, situação de normalidade. O órgão analisa os dados em tempo real, com uma rede de equipamentos que conseguem perceber movimentos do solo em milímetros.

Formação de redemoinho

Um redemoinho foi registrado nesta terça-feira (12) na lagoa Mundaú, onde está localizada a mina 18 da Braskem. Imagens capturadas pela TV Pajuçara, por volta de 6h40, flagraram o momento.

De acordo a Defesa Civil de Maceió e o especialista em Meio Ambiente e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, Dilson Batista, o movimento é esperado, visto que a mina não se rompeu 100%.

— Isso indica que a água continua entrando [na mina]. O processo de rompimento na mina não é algo brusco, teve o afundamento do solo, o rompimento de uma parte da mina no final de semana e ela continua rompendo. Possivelmente, no subsolo deve ter vazios ainda que essa agua está preenchendo, e o preenchimento desses vazios forma essa espécie de funil que joga a água dentro [da mina] — explica Batista.

Métodos utilizados

  • Rede sismológica com 14 sensores superficiais e 12 em profundidade;
  • Interferometria de radar por abertura sintética (InSAR) em uma área de aproximadamente 16 km², e com alta resolução espacial;
  • 76 Receptores com Sistema diferencial de navegação Global por satélite (DGPS's);
  • Quatro Inclinômetros com 250m de profundidade e sensores a cada 1m;
  • Treze Tiltímetros;
  • Três Pluviômetros instalados próximos a área afetada.
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