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MPF cita "possível interferência ilícita" de Bolsonaro e envia caso de Milton Ribeiro ao STF

Ex-ministro da Educação afirmou que presidente achava que ele seria alvo de busca e apreensão em conversa interceptada pela PF

 (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

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AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de junho de 2022 às 13h55.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 14h08.

O Ministério Público Federal apontou que houve indícios de vazamento da operação da Polícia Federal contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, deflagrada na última quarta-feira, e "possível interferência ilícita por parte do presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações". Por isso, o MPF solicitou o envio do caso ao Supremo Tribunal Federal.

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Esse indício de vazamento foi encontrado nas interceptações telefônicas de Milton Ribeiro e apontado pela Polícia Federal. A informação foi antecipada pelo site "Metrópoles" e confirmada pelo O Globo. Em uma conversa com sua filha realizada no dia 9 de junho, Ribeiro relata uma conversa telefônica com o presidente Jair Bolsonaro e cita que o presidente achava que fariam uma busca e apreensão contra seu ex-ministro.

Em um trecho do diálogo, Milton Ribeiro afirma: "Não! Não é isso... ele acha que vão fazer uma busca e apreensão... em casa... sabe... é... é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios né..."

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O juiz federal Renato Borelli, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal, então, acolheu o pedido para enviar para o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação contra Milton Ribeiro. De acordo com a decisão, o pedido para envio ao STF partiu do Ministério Público Federal "pois verificada a possível interferência nas investigações por parte de detentor de foro por prerrogativa de função no Supremo".

Na quinta, o delegado do caso, Bruno Calandrini, havia escrito uma mensagem a colegas dizendo que houve interferência da cúpula da PF para que Milton Ribeiro, após sua prisão, não fosse transferido para a carceragem da PF no Distrito Federal. Ele, entretanto, não citava nenhuma autoridade responsável por essa suposta interferência.

Com isso, caberá ao STF e à Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar as provas para avaliar se a investigação deverá permanecer no Supremo ou se volta à primeira instância.

(Agência O Globo)

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