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Milhares vão às ruas em protestos organizados por centrais

Movimento, chamado pelas centrais de Dia Nacional de Lutas, visa a pressionar o governo federal a aceitar a pauta unificada dos sindicalistas

Homem vestido de esqueleto durante uma marcha de sindicalistas no Dia Nacional de Lutas, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

Homem vestido de esqueleto durante uma marcha de sindicalistas no Dia Nacional de Lutas, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 19h13.

São Paulo - Uma mobilização convocada por centrais sindicais reuniu milhares de pessoas em várias cidades do país nesta quinta-feira, em demonstrações menores do que as realizadas em junho deste ano.

Ainda assim, os protestos foram suficientes para afetar os transportes públicos em algumas capitais como Porto Alegre e Belo Horizonte, bloquear rodovias em mais de 10 Estados e afetar as operações em portos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

Embora os manifestantes tenham bloqueado vias importantes de grandes cidades do país, como a Avenida Paulista em São Paulo, não se repetiram cenas de caos no trânsito como as registradas durante a onda de manifestações apartidárias de junho deste ano e muitas cidades tiveram tráfego tranquilo.

"Os protestos do mês passado fizeram reivindicações sem uma plataforma política, sem um partido. Hoje eles estão pedindo as mesmas coisas, mas sem a mesma força", disse o auxiliar administrativo Hermes Pereira, que observava com ceticismo a manifestação na Avenida Paulista, a principal via de São Paulo.

O movimento, chamado pelas centrais de Dia Nacional de Lutas, visa a pressionar o governo federal a aceitar a pauta unificada dos sindicalistas, que inclui redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário.

Várias categorias, de metalúrgicos, trabalhadores do transporte, construção civil, servidores públicos, entre outras, suspenderam o trabalho nesta quinta.

Na capital paulista, a principal manifestação convocada pelas centrais, na Avenida Paulista, chegou a ter cerca de 7 mil pessoas, segundo a polícia. O transporte público na cidade não foi afetado. Rodovias que servem a capital paulista, como Dutra, Anhanguera, Ayrton Senna e Rio-Santos foram bloqueadas.

Os bloqueios aconteceram apesar de liminar obtida na véspera pela Advocacia Geral da União que impedia o bloqueio de estradas federais de São Paulo, sob pena de pagamento de multa de 100 mil reais por hora.


Em todo o país, segundo a Polícia Rodoviária Federal, dezenas de rodovias em mais de 10 Estados chegaram a ser bloqueadas em algum momento desta quinta.

No Rio de Janeiro, cerca de 2.500 pessoas protestavam na região central da cidade. A polícia chegou a usar bombas de efeito moral para conter os manifestantes.

Em Brasília, cerca de mil pessoas protestaram no gramado em frente ao Congresso Nacional depois de uma passeata na capital federal.

As operações em portos de todo o país também eram afetadas pelas paralisações desta quinta, segundo o presidente da Federação Nacional dos Estivadores, Wilton Barreto. Entre os portos atingidos, segundo o dirigente, estavam Santos, Paranaguá, Vitória, São Luís e Rio Grande.

Reivindicações

O Dia Nacional de Lutas foi convocado por oito centrais sindicais na esteira da onda de manifestações apartidárias e convocadas nas redes sociais, que levou mais de um milhão de pessoas às ruas no mês passado, e resultou na redução das tarifas de transporte público em várias cidades do país e na votação de projetos importantes pelo Congresso Nacional.

A pauta de reivindicações do Dia Nacional de Lutas inclui redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução salarial, rejeição ao projeto de lei que regulamenta as terceirizações, fim do fator previdenciário, 10 por cento do Produto Interno Bruto para a educação, 10 por cento do Orçamento da União para a saúde, melhoria do transporte público, valorização das aposentadorias, reforma agrária e suspensão dos leilões de petróleo.

A CUT, central alinhada com o PT, partido da presidente Dilma Rousseff, pretendia usar os protestos para defender também a realização de um plebiscito para a reforma política, ideia lançada por Dilma em resposta à onda de manifestações.

Já a Força Sindical, presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, que é crítico ao governo Dilma, prometia protestar contra a inflação e por mudanças na equipe econômica.

Além da CUT e Força Sindical, a mobilização de quinta-feira foi organizada pela Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), CSP - Conlutas e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), além de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

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