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Milhares vão às ruas em defesa de Dilma e Petrobras

Milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades para defender a Petrobras e o governo Dilma, fazendo contraponto às manifestações convocadas para domingo


	Manifestação em frente ao prédio da Petrobras em São Paulo, com membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
 (Marcelo Camargo/ABr)

Manifestação em frente ao prédio da Petrobras em São Paulo, com membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT) (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2015 às 20h16.

São Paulo - Milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades do Brasil nesta sexta-feira para defender a Petrobras e o governo de Dilma Rousseff, fazendo um contraponto às manifestações convocadas para domingo contra a presidente.

Sindicatos, movimentos sociais de esquerda e estudantes protagonizaram caminhadas pacíficas em cidades de 24 dos 27 estados do país, entre elas São Paulo e Rio de Janeiro, para defender a Petrobras dos "movimentos que querem sua privatização".

Os manifestantes também expressaram apoio ao governo Dilma, mas, entre os elogios, também fizeram críticas aos ajustes implementados pela presidente para enfrentar a delicada situação econômica que o país atravessa.

As manifestações desta sexta-feira tiveram como objetivo se antecipar aos protestos convocados para domingo, em mais de 50 cidades, contra a corrupção e o mau andamento da economia. No entanto, há também alguns grupos mais extremos que exigem a abertura de um processo de impeachment contra a presidente, além de uma minoria que pede abertamente uma "intervenção militar".

"As pessoas têm o direito de se manifestar, a favor ou contra o governo. Mas golpismo, não. A manifestação de domingo não pode ter essa característica", afirmou à Agência Efe, em São Paulo, Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das organizadoras da mobilização em defesa de Dilma.

Já para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), "não existe no seio do povo brasileiro uma discussão sobre a destituição de Dilma como querem impor a direita e alguns meios de comunicação".

Nesta sexta-feira, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados recebeu um pedido formal para a abertura de um processo de impeachment contra a chefe de Estado, apresentado individualmente pelo deputado Jair Bolsonaro.

No entanto, o vice-presidente Michel Temer declarou que a possibilidade de Dilma ser submetida a um processo de impeachment é "inviável" e "impensável".

A corrupção na Petrobras também foi criticada pelos manifestantes que participaram da passeata, que, no entanto, denunciaram as tentativas da oposição para "debilitar" a maior empresa do Brasil, responsável por uma parte significativa do PIB do país.

Nesse sentido, o secretário-geral da Central de Trabalhadores Argentinos, Hugo Yasky, defendeu a soberania energética dos países latino-americanos. "A luta para que a Petrobras continue sendo do povo brasileiro também é dos argentinos e de toda a pátria latino-americana", afirmou o dirigente sindical do país vizinho.

Durante o ato, Cibeles Souza, funcionária da Petrobras, disse à Efe que os corruptos devem ser punidos, mas que não "se deve debilitar" a companhia petrolífera por isso.

"O grande risco que temos - disse o dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP) - é que companhias estrangeiras tenham acesso, com a desculpa da corrupção, aos números internos sobre a exploração da Petrobras".

A poucos metros da sede de estatal em São Paulo, cerca de 20 manifestantes do movimento conhecido como Revoltados Online se concentraram em uma tentativa malsucedida de iniciar um protesto contra Dilma.

A bióloga Lúcia Richardi, que quer a saída da presidente, disse que a manifestação de domingo é, no seu entender, "uma voz dos cidadãos de bem contra o "bolivarianismo" e o comunismo que querem implantar no Brasil".

O tradutor Mario Lagatto, que se diz simpático ao PSDB, comentou que o impeachment de Dilma "é um instrumento constitucional" e, portanto, "não é golpista".

As manifestações desta sexta-feira, e as convocadas para o próximo domingo, são um reflexo da crescente polarização política, perceptível desde as eleições de outubro, quando Dilma foi reeleita no segundo turno com apenas 3% de vantagem sobre Aécio Neves (PSDB). 

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