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Migrantes são 70% da população em situação de rua de SP

Segundo a pesquisa, a maioria dessa população, tanto dos acolhidos quanto daqueles que vivem na rua, é do sexo masculino


	Moradores de rua: segundo a pesquisa, a maioria dessa população, tanto dos acolhidos quanto daqueles que vivem na rua, é do sexo masculino,
 (Rudnei Barbosa / Divulgação Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de SP)

Moradores de rua: segundo a pesquisa, a maioria dessa população, tanto dos acolhidos quanto daqueles que vivem na rua, é do sexo masculino, (Rudnei Barbosa / Divulgação Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de SP)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2016 às 08h55.

São Paulo - A maior parte da população em situação de rua na capital paulista é formada por migrantes, de acordo com o Censo da População de Rua divulgado pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da prefeitura.

Os migrantes correspondem a 71% do total de pessoas que vivem na rua e a 73,4% do total das pessoas abrigadas nos centros de acolhimento da cidade. A maior participação é de pessoas procedentes da própria Região Sudeste e também do Nordeste.

O censo já havia sido divulgado no ano passado, mas o perfil socioeconômico da população em situação de rua foi apresentado quarta-feira (20) pela prefeitura.

No total, a cidade tem 15.905 pessoas na rua, sendo 8.570 nos centros de acolhimento e 7.335 em vias e espaços públicos.

De acordo com a pesquisa, a presença de imigrantes vivendo em situação de rua – 7% acolhidos e 1% na rua – é um fato social relativamente recente na cidade.

“Esses estrangeiros são oriundos principalmente de países africanos que, chegando à cidade, procuram os serviços da rede de assistência social”, informa o documento.

Apesar de constituírem um grupo relativamente pequeno, o censo verificou uma tendência de crescimento em futuro próximo, com a intensificação do fluxo de refugiados para a capital, procedentes de países que passam por dificuldades econômicas e conflitos de natureza política, étnica e religiosa.

Segundo a pesquisa, a maioria dessa população, tanto dos acolhidos quanto daqueles que vivem na rua, é do sexo masculino, representando 88%.

A faixa etária média é de 43 anos entre os acolhidos e de 41 anos entre os que estão na rua. Com relação à cor declarada, 69,7% dos acolhidos e 72,1% dos que estão na rua se consideram “não brancos”, ou seja, são pretos, pardos, amarelos ou indígenas.

O nível de escolaridade é baixo, com um percentual de analfabetos de 9,6% entre os que vivem na rua e de 7,1% entre os acolhidos.

A proporção daqueles que completaram o ensino fundamental também é reduzida: pouco mais de 15% nos dois grupos e, dos que concluíram o ensino médio, 20,9% de acolhidos nos centros e 16,6% de quem está na rua.

Mais da metade da população em situação de rua já passaram por internação em alguma instituição, destacando-se o sistema prisional e as clínicas de recuperação de dependência de drogas e álcool, mostra a pesquisa.

Entre os acolhidos, 30,5% passaram por clínicas de recuperação, 27,5% pelo sistema prisional e 11% por instituições psiquiátricas. Pela Fundação Casa passaram 10%.

Com relação àqueles localizados nas ruas, 40% já passaram pelo sistema prisional, 32,8% por clínicas de recuperação de dependência e 12% pela Fundação Casa.

Saúde

Os problemas mais citados durante a coleta de dados foram de saúde bucal (27,5% dos acolhidos e 34,5% dos que estão na rua), sequela de acidentes (26% dos acolhidos e 26,7% dos que vivem na rua), HIV (3,3% dos acolhidos e 4,5% da rua) e tuberculose (3,9% dos acolhidos e 4,5% dos que estão na rua).

Sobre o uso de substâncias psicoativas, o levantamento constatou que a mais utilizada é o álcool: 44,6% entre acolhidos e 70,1% entre os de rua.

Com relação às drogas ilícitas, 52,5% dos que estão na rua e 28,7% dos acolhidos confirmaram o uso de alguma dessas substâncias.

Segundo a prefeitura, além da análise do estado de saúde dessa população, o estudo fez um levantamento sobre a utilização dos equipamentos públicos de saúde.

Os dados revelaram que os serviços de atenção básica, como postos de saúde, unidades básicas de saúde e AMAs foram utilizados pela maioria dos acolhidos e dos que vivem na rua, com índices de 71,3% e 57,6% respectivamente.

Violência

A população em situação de rua sofre ainda com a violência em diversas formas, desde agressão verbal até tentativas de homicídio.

Tanto os acolhidos quanto os moradores de rua foram vítimas das seguintes formas de violência: agressão verbal como xingamento, ofensa e humilhação (55% e 70% respectivamente), roubo ou furto (59% e 64%), agressão física (38% e 50%), tentativa de homicídio com facada ou tiro (16% e 24%), remoção forçada (25% e 38%) e violência sexual (4% e 6%).

Os praticantes das agressões são, em grande parte, as próprias pessoas que pernoitam nas ruas, os agentes de segurança pública (polícias Civil e Militar e Guarda Civil Metropolitana), os agentes de segurança privada e pedestres.

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