Bolsonaro: o presidente atacou blocos de Carnaval em post obsceno no Twitter; internautas reagiram (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de março de 2019 às 13h37.
Última atualização em 6 de março de 2019 às 13h50.
São Paulo — Veículos estrangeiros estão repercutindo o polêmico tuíte do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com vídeo no qual dois homens aparecem em atos obscenos diante de uma multidão.
O vídeo, publicado no Twitter de Bolsonaro nesta terça-feira, dia 5, é definido pelo jornal americano The New York Times como uma "revolta" do presidente brasileiro diante da cena.
O jornal norte-americano ressalta que o post tinha o objetivo de criticar o carnaval e que "muitos conservadores da maior nação latino-americana detestam" as festividades da época, vistas por eles como "pagãs".
Publicações britânicas, os jornais Daily Mail, The Independent e Daily Mirror enfatizaram o aspecto explícito do vídeo, no qual um homem aparece urinando no cabelo de outro.
O Daily Mail lembrou que Bolsonaro foi alvo de protestos e zombaria de muitos foliões durante os blocos de carnaval, e citou o boneco gigante presente nos desfiles do carnaval de rua de Olinda (PE).
Brazil president Bolsonaro tweets 'what is a golden shower' after posting explicit video https://t.co/oLBE0GMCbs
— The Independent (@Independent) March 6, 2019
O The Independent mencionou a sequência dada à polêmica pelo próprio presidente ao publicar outro tuíte. "O que é golden shower?", escreveu Bolsonaro.
Segundo o jornal, "os brasileiros rapidamente condenaram o tuíte de Bolsonaro como algo que não representa o carnaval" e ressaltou que usuários do Twitter têm reportado o vídeo como sendo de conteúdo inapropriado.
Para o jornal Daily Mirror, que publicou o vídeo em destaque na reportagem, Bolsonaro se destaca por sua reputação "racista, sexista e homofóbica".
O veículo inglês relembrou outros momentos polêmicos de Bolsonaro quando o agora presidente ainda era deputado federal, como quando disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que não a estupraria por falta de mérito da parlamentar e de uma entrevista dada à revista Playboy em 2011 na qual Bolsonaro se disse "incapaz de amar um filho homossexual".
Além dos jornais, grandes agências internacionais como Reuters e Associated Press também publicaram textos a respeito do tuíte do presidente brasileiro.
https://twitter.com/jbarbassa/status/1103129293956235264